Há pouco mais de um ano, o Brasil enfrentava um cenário de juros galopantes, inflação alta e a pior recessão da história. Com uma agenda de reformas estruturais, responsabilidade fiscal e medidas de estímulo, o governo federal conseguiu reverter esse cenário e agora as previsões apontam para um horizonte favorável para a retomada da economia brasileira.
O aumento da produção agropecuária, em especial a de grãos, teve um papel importante no processo de queda da inflação. A grande oferta de produtos do setor agropecuário contém a alta de preços de outros segmentos econômicos e contribui para o processo de desinflação. Atualmente, o preço do grupo de alimentos e bebidas acumula uma deflação de 2,01% nos últimos 12 meses.
Não à toa, o preço dos alimentos, desde os tempos de hiperinflação, é a principal despesa das famílias brasileiras e, por isso, possui tanto impacto nos preços e no custo de vida das pessoas. Na avaliação da Tendências Consultoria, a queda no preço desse grupo é o maior motivo para a queda tão rápida da inflação.
“O principal fator é a supersafra e o preço dos alimentos, que depois de um período de muita pressão continuam despencando […]. O grosso da desinflação é resultado do preço dos alimentos a domicílio”, afirma o analista da Tendências, Marcio Milan.
Juros em queda
Como a Selic é utilizada pelo Banco Central para encarecer ou baratear o acesso ao crédito, essa redução leva um aquecimento do consumo e a um aumento da atividade econômica. Isso porque a queda da taxa básica viabiliza mais investimentos do setor produtivo.
Segundo as previsões do mercado financeiro, a taxa básica deverá chegar ao patamar de 7% ao ano no final de 2017. Caso isso se confirme, o Brasil conviverá com os juros mais baixos da história.
Sinalização positiva
Além dos indicadores positivos, uma política econômica pautada por reformas estruturais e responsabilidade fiscal, isto é, rigor nas contas públicas, sinalizou uma mensagem positiva a investidores, analistas e empresários do setor produtivo.
“Acredito que a confiança impacta na questão de expectativas. Quanto melhor o movimento das expectativas da inflação, mais os empresários se sentem confiantes”, reforça o analista Marcio Milan. Na avaliação dele, em 2018, a inflação vai entrar ainda mais nos parâmetros do Banco Central, já que os movimentos na Selic acontecem com defasagem.
Nesse contexto, diz Milan, o pulso firme do Banco Central contribuiu para acalmar as expectativas e controlar a inflação. “O Banco Central conseguiu uma vitória bastante considerável se considerarmos o patamar em que a inflação se encontrava a as incertezas no período”, afirma.
Uma nova meta
A função principal do Banco Central é zelar pela estabilidade financeira do País e controlar a inflação. Para isso, ele segue uma meta de inflação, que é definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Diante do rápido processo de desinflação visto no último ano, a meta foi alterada: atualmente em 4,5%, a meta inflacionária passa a ser de 4,25% em 2019 e de 4% em 2020.
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