Cientistas brasileiros e americanos criaram um coquetel com anticorpos monoclonais (produzidos em laboratório) que, em testes com macacos, conseguiram impedir em até 100% a replicação do vírus zika. O coquetel deve estar pronto para ser comercializado em larga escala daqui dois a três anos, muito provavelmente antes que seja criada uma vacina contra o zika. Os próximos passos serão a administração do coquetel em primatas gestantes e, na fase seguinte, em humanos. O tratamento foi criado durante pesquisa liderada por cientistas americanos em parceria com o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e com a Universidade de São Paulo (USP) e divulgada em artigo publicado nesta quarta-feira, 4, pela revista científica Science Translational Medicine. “O método é altamente promissor para a prevenção de más-formações congênitas e efeitos adversos em olhos e membros, uma vez que o coquetel de anticorpos monoclonais poderia ser administrado em gestantes e prevenir a infecção do feto”, afirmou o imunologista David Watkins, da Universidade de Miami, líder do estudo. “O trabalho apresenta um importante passo para o desenvolvimento de uma terapia de ação preventiva contra o zika”, completou Myrna Bonaldo, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do IOC e também autora do estudo.