Violência, crise política e insegurança econômica criaram um movimento imigratório do brasileiro não só para morar, mas também para investir fora daqui.
De acordo com dados da Receita Federal, de 2011 a 2017 o número de brasileiros que entregaram declarações de saída definitiva do Brasil tiveram um crescimento de 160% (tabela abaixo). O resultado é de quem migrou para o mundo inteiro, sem contar os que não declararam.
“Nos últimos 5 anos, vimos um crescimento de 400% nos pedidos de brasileiros que querem imigrar para os Estados Unidos. E o principal motivo é insegurança, tanto por violência, como por instabilidade política”, conta o advogado Carlos Colombo, especializado nas áreas de imigração e negócios internacionais.
Ele completa ainda que viajar com um visto de turista e estudante, e, depois tentar ficar não é o caminho aconselhado. “A chance de recusa do visto definitivo é grande. Aind amais neste momento, o governo americano pode entender que a pessoa já viajou com intenção de ficar, mas tentou burlar o sistema”.
O especialista em mercado Imobiliário Internacional, Luca Martins completa que, nos últimos 6 anos, o Brasil está permanentemente entre os 5 países que mais compram imóveis nos Estados Unidos.
“Por vários fatores, e a insegurança política e econômica no Brasil é uma delas. Percebemos que o visto de investidores [EB5] cresceu especialmente neste último ano, com 42% a mais de pedidos”. Martins é CEO da Investusa360, evento que acontece em São Paulo nesta sexta e sábado (6 e 7) para ajudar ajudar brasileiros interessados em investir nos Estados Unidos e pedir visto de residência permanente no país.
Mercado imobiliário
Segundo dados do Banco Central, em 2016, dos mais de US$ 6 bilhões (quase R$ 20 bilhões) investidos por brasileiros em imóveis no exterior, US$ 2,3 bilhões (aproximadamente R$ 8 bilhões) foram para os Estados Unidos, o país preferido para o investimento.
De todos os estrangeiros que compram imóveis fora do próprio país, nos Estados Unidos quase 40% dos imóveis foram comprados por brasileiros, de acordo com estudo da Afire (Associação de Investidores Estrangeiros).
Em 2016, dos investidores internacionais que compraram imóveis nos EUA, 46% compram para uso, 18% como investimento, 14% como casa de férias, 10% como casa de férias que produz renda.
Para Luca Martins, há várias vantagens de se comprar fora, incluindo taxas de juros. “Bancos brasileiros cobram cerca de 10% ao ano de custo efetivo para um financiamento imobiliário. Já nos EUA é possível conseguir crédito com juros a partir de 4%, em programa especial para financiamento para estrangeiros”.
Quem quer migrar como investidor aos Estados Unidos tem que tirar o visto chamado EB5, que, ao final do processo de 5 anos, dá direito ao green card – de visitante permanente nos EUA. O processo custa a partir de aproximadamente R$ 1,5 milhão (U$S 500 mil).
R7