Ele acrescentou que as mudanças estruturais no País permitirão que a taxa neutra de juros continue caindo, dando condições para um crescimento maior.
— Acredito que é possível, sim. Isso evidentemente depende de aprovação das reformas macroeconômicas, por exemplo da reforma da Previdência e da reforma tributária, que é muito importante, simplificando o sistema tributário brasileiro. […] Mas também [depende de] toda a série de reformas microeconômicas. Algumas delas já foram aprovadas, como a taxa de [juros de] longo prazo para o BNDES, que é muito importante.
Para Meirelles, todas essas mudanças estruturais no País, que incluem o teto de gastos públicos, permitirão que a taxa de juros neutra continue caindo, dando condições para que “o Brasil cresça mais com menos inflação e menos juros”.
O ministro também citou que a inflação nos últimos 12 meses no Brasil, de 2,5%, está nos índices mais baixos da história recente. Acrescentou que a taxa de juros real sobre a inflação de um ano “também está nos níveis mais baixos da história”. Segundo Meirelles, esses fatores mostram que a política econômica está funcionando em todas as áreas.
— Agora, é importante que tudo isso seja complementado pelas outras políticas que farão com que a taxa de crescimento potencial do Brasil aumente, o que eu acho que é possível.
2018
Meirelles ressaltou ainda que a estimativa do governo para o crescimento do PIB em 2018 é de 2%, com viés de alta e pode “até chegar a 3%”.
— O nosso cenário base que ainda está no Orçamento é um crescimento de 2% em 2018, mas já existem diversos analistas e economistas com previsões de crescimento maiores, até de 3% ou mais no ano que vem. […] Eu chamaria de um cenário otimista, mas é um cenário possível.
O ministro ressaltou que apesar de a economia global estar em processo de recuperação, há riscos “baixos” de bolhas financeiras globais, que podem dificultar a concretização de um crescimento mais acelerado do PIB no médio prazo.
— Uma recomendação que acredito importante que tenha sido feita agora aos formuladores de políticas dos países desenvolvidos que estão de fato atentos a isso é qual seria o risco da economia global. […] O risco seria um atraso, evidentemente do BC americano e do BC europeu na normalização das políticas monetárias que levassem a uma bolha nos mercados de ativos internacionais e cujo rompimento pudesse gerar um tipo de crise.
R7