Equipamento deve trazer fôlego para o turismo, que enfrenta sua pior crise desde que o Centro de Convenções da Bahia, mantido pelo governo do Estado, fechou definitivamente as portas, em 2015
O anúncio de construção do novo Centro de Convenções de Salvador, feita nesta segunda-feira, 23, pelo prefeito ACM Neto, reacendeu a esperança do trade turístico da capital baiana. Com perspectiva de começar a funcionar já a partir de janeiro de 2019, o novo equipamento deve trazer fôlego para o turismo. “Agora temos um horizonte pela frente, de esperança pela sustentabilidade das nossas empresas”, afirma Glicério Lemos, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – seções Bahia (ABIH-BA), destacando que 95% da hotelaria da cidade atravessa sua pior crise, situação acentuada desde que o Centro de Convenções da Bahia, mantido pelo governo do Estado, fechou definitivamente as portas, em 2015.
O mesmo entusiasmo é compartilhado por Paulo Gaudenzi, presidente da Salvador Destination, entidade que trabalha na atração de eventos para a capital baiana. “A notícia trouxe enorme tranquilidade para o trade, principalmente porque a prefeitura pretende lançar de uma única vez o edital da obra e do arrendamento do novo centro de convenções. Isso significa que haverá um trabalho em conjunto com a arrendatária para termos grandes eventos em Salvador já a partir do segundo semestre de 2019”, frisa o executivo. “Pela primeira vez na história, a prefeitura toma o protagonismo em relação ao turismo, ao perceber a importância desse setor para a economia da cidade”, pontua Gaudenzi. Segundo dados da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA), turismo e serviços afins representam 20% do PIB de Salvador.
“Temos que parabenizar que um dos nossos governantes teve a sensibilidade de ouvir as necessidades do trade e perceber o enorme prejuízo que a falta de um centro de convenções traz à cidade”, assinala o presidente do Conselho Baiano de Turismo (CBTurs), Roberto Duran, informando que congressos, convenções e eventos representam 70% do mercado de turismo de Salvador. Sobre a possibilidade da capital baiana ter dois centros de convenções, caso o governo do Estado finalmente decida construir o seu, Duran é enfático. “Neste momento, Salvador não precisa de dois equipamentos. Dentro de quatro a cinco anos, quando o turismo de eventos estiver consolidado, a cidade pode comportar, sim, mais um Centro de Convenções”.