Como amante público de hatches médios, eu não poderia fugir dessa categoria de carros na primeira vez em que fui dirigir um automóvel na Europa. Eu estava em Bordeaux, na França, e escolhei um Volkswagen Golf TSI 1.2 Bluemotion manual para fazer a minha estreia em grande estilo, afinal, não importa a versão, o Golf é um SENHOR carro.
Com quatro cilindros, o motor 1.2 TSI é superado e já foi substituído pelo menor, mais leve e eficiente propulsor 1.0 TSI de três cilindros (que está debaixo do capô do nosso up, Polo e do próprio Golf). Ainda assim, a antiga motorização 1.2 demonstrou eficiência e economia.
Nas cidades
Retirei o Golf na estação de trem em Bordeaux, no sudoeste da França, onde fiquei por algumas horas. Fiz um passeio pela cidade e não tive problema para encaixar o Volkswagen nas vagas. Sua direção elétrica associada ao Park Pilot (retrovisor elétrico com tilt down e o sensores de estacionamento dianteiros e traseiros) tornaram a tarefa de estacionar extremamente fácil – veja no vídeo abaixo.
Rodei com ele também pelas cidades de Sarlat e Saint Emilion, onde pude testá-lo em “simulações” de dia a dia. Vazio, carregado, com o ar-condicionado ligado ou desligado, subindo, descendo ou no plano: Golf foi exemplar em todas as situações.
Se o câmbio manual de seis marchas até exigiu mais trocas do que uma transmissão comum (de cinco velocidades), seus encaixes fáceis e precisos tornaram a condução tranquila e prazerosa, favorecendo a boa entrega de força e o consumo: 10,8 km/l na cidade, com gasolina.
Na estrada
Mas foi na estrada que o Golf realmente surpreendeu, graças ao seu motor 1.2 turbo, que desenvolve 105 cv de potência e 17,9 mkgf de torque. Em nenhum momento senti falta de força, mesmo com o carro com quatro pessoas, porta-malas lotado e ar-condicionado ligado.
Bem equipado e acabado
O Golf TSI que aluguei tinha uma lista de equipamentos interessante: partida em chave, start/stop, ar-condicionado de duas zonas; freio a disco nas quatro rodas com ABS, EBD, controles de tração e estabilidade; direção elétrica; computador de bordo; sistema de Infotainment com Android Auto e Apple Car Play; volante com comandos da central multimídia e do telefone; entrada USB e conexão bluetooth; cintos de três pontos e apoios de cabeça para todos os ocupantes; trio elétricos, entre outros.
Se a lista agrada, o acabamento também foi aprovado. Confesso que até esperava um pouco mais de luxo, com peças de melhor qualidade. Mas gostei do que encontrei dentro do veículo.
Android Auto
Rodando a 120 km/h, na autoestrada entre Bordeaux e Sarlat, o hatch médio da VW manteve o comportamento firme e previsível, garantindo segurança.
Nos trechos sinuosos das estradas secundárias voltando de Sarlat para Bordeaux, passando por Saint Emilion, o modelo se manteve sempre estável, pregado no chão. Quando provocado, demonstrou tendência a sair de frente, como esperado.
Na hora de abastecer, uma surpresa. A eficiência do TSI associado ao câmbio manual de seis marchas (explorando bem a sexta) garantiu média de 15,3 km/l com gasolina.
Espaço para pessoas e malas
Achei rapidamente uma boa posição de dirigir graças aos ajustes de altura do banco e de altura e profundidade do volante.Embora não tenha um espaço excecional, o Golf leva até quatro pessoas com conforto, como pude comprovar.
Com 313 litros de capacidade, o porta-malas é bom, ideal para um casal ou para viagens mais curtas com até quatro pessoas – meu caso. Com cinco ocupantes e em trajetos mais longos, pode faltar espaço.
A locação
Para a minha facilidade, não aluguei o carro na Localiza Hertz. Usei o site rentalcars.com e acabei alugando pela Europcar. O processo foi tranquilo e, por mais que o vendedor tentasse me empurrar uma série de coisas, não fui obrigado a nada, como aconteceu na minha última locação fora do Brasil na péssima Hertz internacional.
Era para ser um Renault
Confesso que tentei que o meu primeiro carro dirigido na Europa e, claro, na França, fosse um Renault. Cheguei a conversar com a marca no Brasil sobre um empréstimo em território francês, mas a ideia não avançou.
Então, na hora de alugar, a locadora chegou a me oferecer um (Dacia) Sandero, que foi prontamente recusado. Afinal, a estreia precisava ser em grande estilo.
Resumo da obra
O Golf é um carro excelente que só não está na minha garagem porque o preço pedido por ele pela Volkswagen do Brasil é alto demais, infelizmente. Mas esse não é um problema só a marca alemã. Basta olhar quanto a Chevrolet pede pelo Cruze Sport6, por exemplo.
De qualquer forma, é sempre um prazer dirigir o Golf, ainda mais sendo surpreendido pelo seu motor 1.2 TSI – que eu não conhecia pessoalmente. Se isso não fosse o suficiente, a experiência foi ainda mais marcante porque foi a primeira vez em que dirigi em solo europeu.
Valeu a pena.
R7