A sexta rodada de negociações do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), realizada em Montreal, foi concluída com sucesso esta semana, com a aprovação de medidas anticorrupção mas ainda em desacordo em outras questões importantes para os integrantes do bloco: Canadá, Estados Unidos e México. A informação é da agência chinesa Xinhua.
Em uma coletiva de imprensa conjunta após as conversações, a ministra canadense das Relações Exteriores, Chrystia Freeland, o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e o secretário de Economia mexicano, Ildefonso Guajardo Villarreal, disseram que alguns progressos foram feitos, ao mesmo tempo que reconheciam que ainda há difíceis desafios para se chegar a um novo acordo.
Eles apresentaram separadamente as negociações da sexta rodada e nenhum deles respondeu a perguntas durante a coletiva.
Chrystia disse que o Canadá prefere um acordo negociado, mas que protegerá a sua indústria de madeira. Ela disse que a contestação canadense aos EUA apresentada na Organização Mundial do Comércio, no mês passado, é uma questão separada das negociações do Nafta. “Os canadenses não vêem o livre comércio como um jogo de soma zero, em que um lado deve perder para que o outro vença”, disse ela.
O representante americano, Lighthizer, disse que a denúncia comercial lançada pelo Canadá na OMC contra o uso pelos EUA de direitos anti-dumping e anti-subvenções é “sem precedentes” e um “ataque maciço à todas as nossas leis de comércio”. Ele também expressou sua oposição a duas propostas colocadas à mesa pelo Canadá, incluindo uma relativa a automóveis.
“Nós achamos que a ideia de regras de origem do automóvel, que foi apresentada, pode realmente levar a um conteúdo menos regional do que temos agora, gerando menos empregos nos Estados Unidos, Canadá e provavelmente no México. Este é o oposto do que estávamos tentando fazer”, falou.
“Desafios substanciais”
Lighthizer disse que alguns progressos foram feitos no Nafta e que os EUA estão esperando que o processo de negociação se acelere e consiga grandes avanços. “Esta rodada foi um passo à frente, mas estamos progredindo muito devagar”, pontuou.
O representane mexicano Villarreal disse que, embora progressos tenham sido alcançados nas negociações, os “desafios substanciais” do bloco ainda não foram superados.
A sexta rodada encerrou com uma mensagem mais conciliadora do que o esperado, com os três países aguardando mais avanços na próxima rodada de negociações, que será realizada na Cidade do México no final de fevereiro.
Antes das negociações da sexta rodada do Nafta, alguns especialistas e políticos disseram que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciaria que os EUA iriam se retirar do bloco.
Agência Brasil