Pela primeira vez em Salvador os módulos assistenciais de saúde instalados pelos circuito do Carnaval contarão com estoques de pílulas do dia seguinte para oferecer aos foliões, além de 2 milhões de preservativos que serão distribuídos durante a festa.
Considerada como uma medida de emergência, a pílula do dia seguinte deve ser utilizada até 72 horas depois da relação sexual desprotegida, ou seja, sem o uso de métodos contraceptivos como camisinha, diu, anticoncepcional, entre outros. O objetivo do medicamento é prevenir a gravidez antes dela começar. Sua fórmula é feita a partir de levonorgestrel, que é um tipo de progesterona sintética, o mesmo hormônio feminino que compõe a fórmula dos anticoncepcionais. Comparado a eles, a pílula do dia seguinte possui uma quantidade vinte vezes maior de hormônios.
Tomar apenas uma vez a pílula pode não fazer mal, mas por causa da quantidade elevada de hormônios contidos na medicação, tomá-la mais de uma vez pode trazer problemas, pois além de desregular o ciclo menstrual, é possível que provoque vômitos, vertigem, cefaleia e dores nas mamas. De acordo com a ginecologista Ana Cristina Batalha, o método deve ser usado apenas em situações de urgência. “Se a mulher tiver a necessidade de fazer esse tipo de uso constantemente, ela tem que rever esse método e fazer um método contínuo mais adequado”, explica ela. “A eficácia da pílula do dia seguinte é naturalmente menor se comparada a um contraceptivo de uso contínuo, quanto menos se utilizar melhor”, completou.
É importante ressaltar que a pílula, apesar de prevenir a gravidez, não protege contra nenhum tipo de doença sexualmente transmissível, ou seja, o uso da camisinha é imprescindível. O método também não é abortivo, não tendo o poder de interromper uma gravidez já estabelecida. “Ela vai bloquear a ovulação e também modifica o endométrio para dificultar a nidação (implantação do óvulo fecundado no útero)”, explica a ginecologista. O uso da pílula do dia seguinte é contra-indicado para todas as pacientes que não podem fazer uso do anticoncepcional, como gestantes, pessoas com risco de trombose, fumantes, cardiopatas, entre outros.
Bahia Notícias