O ex-jogador Ronaldo tentou fazer uma piscina de 1,5 metro de profundidade atravessando o teto de uma cobertura no 19º andar de um prédio de luxo no Jardins, em São Paulo, entretanto, a situação virou alvo de processo judicial movido pela vizinha e foi parar no Superior Tribunal de Justiça (STJ). De acordo com o Buzzfeed, a obra está parada por conta de uma vizinha do ex-jogador da Seleção Brasileira, Marisol Zuleta Silva, 57, que mora no 18º andar no prédio. O caso começou em 2011, quando o ex-jogador contratou uma empresa por R$470 mil para realizar a obra. Algum tempo depois, Marisol chegou em casa e encontrou a sala inundada e foi atrás de informações com o serviço de limpeza do condomínio. “Perguntei a um funcionário do prédio o que estava acontecendo e ele disse: ‘Isso já aconteceu na sua casa antes, a senhora não está sabendo? ‘. Quer dizer, minha sala ficou inundada uma vez quando eu não estava em casa e ninguém me avisou nada”, contou Marisol, que só então entendeu o que estava ocorrendo. A partir disso começou a saga judicial contra Ronaldo, que é dono de duas das seis coberturas do local. “Ele mexeu na estrutura do prédio, tirou pilares e vigas”, contOu a vizinha. “Quando ele viu que não tinha a parte técnica para fundamentar o que queria fazer, mudou a obra de uma piscina com 1,5 metro de profundidade para um espelho d’água com 15 centímetros”, completou. Parece que foi rápido, mas as obras duraram muito tempo e a vizinha aponta que foi prejudicada. “Eu fiquei sempre na minha casa — limpando, limpando, limpando — porque, se eu saísse, aí caía tudo”, diz a corretora. “Fiquei sem viajar: minha mãe faleceu em 2015, fiquei muito tempo sem vê-la no Chile porque no final do ano chovia mais e mais, meu apartamento ficava alagado”, explicou Marisol. Após cinco anos de processo, Ronaldo foi condenado em 2016 na segunda instância a pagar R$ 100 mil de danos morais e R$ 38 mil pela obra feita pela vizinha, além da terapia. Ronaldo então tenta desde 2017 que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceite seu recurso. No STJ, os advogados de defesa argumentaram que o valor da indenização é excessivo e que a vizinha está tentando enriquecer as custas do ex-jogador pelo fato de ele ter tido “notório sucesso profissional”. Marisol discorda: “O que eu vivi, não desejo para ninguém”. “Essa situação só eu compreendo, porque ninguém no prédio me ajudou, todo mundo tem medo. Eu chorava porque cheguei à conclusão: como eu vou entrar com uma ação contra um cara desses, rico e famoso, num terceiro mundo como o Brasil? Esse cara não poderia ter feito o que ele fez”, completou.
Bahia Notícias