O ar que respiramos é composto por oxigênio, nitrogênio e outros gases e partículas que são emitidos pela natureza, por processos industriais e pela combustão dos motores dos veículos que circulam nas cidades. A tudo isso se juntam bactérias, vírus, fungos e outros germes que circulam no meio ambiente. Esses micro-organismos podem causar doenças e alergias no ser humano. Em um ambiente fechado, um aparelho de ar condicionado sujo pode piorar ainda mais a qualidade do ar.
De acordo com o médico pneumologista do INCOR, Ubiratan de Paula Santos, para não trazer problemas, o filtro deve passar por processos de limpeza e trocas regulares porque, quando está sujo, além de gastar mais energia, o aparelho joga para o ambiente os micro-organismos que estão no filtro. Também é preciso ficar atento à umidade. O aparelho de ar-condicionado diminui a umidade do ar, isso colabora para o ressecamento das vias aéreas o que, de acordo com o médico, pode causar a piora do funcionamento do nosso aparelho respiratório. O ideal é evitar permanecer durante muito tempo seguido em ambientes refrigerados.
Portanto, o que pode causar doenças respiratórias não é a baixa temperatura em si, mas a sujeira acumulada em um aparelho de ar-condicionado. Por isso, os filtros devem ser limpos semanalmente. Em residências, a limpeza completa pode acontecer uma vez por ano. Em ambientes comerciais, o ideal é que ela seja feita uma vez a cada seis meses.
Em hospitais esses cuidados devem ser ainda mais rigorosos. Nesses ambientes, a concentração de germes e bactérias pode ser bem maior do ao ar livre ou em ambientes comuns. Por isso, os cuidados devem ser redobrados em todas as etapas do tratamento do ar, desde a climatização, até a ventilação e a filtragem.
O pneumologista explica que, quando limpo e usado durante algumas horas, o aparelho de ar condicionado pode ser uma boa opção para deixar o ambiente com uma temperatura mais agradável sem prejudicar a saúde. Isso porque ele renova o ar, ou seja, traz o ar que está do lado de fora para dentro — não apenas faz circular o que já está no ambiente fechado, ao contrário dos climatizadores. Estes aparelhos portáteis não ressecam o ar porque possuem um compartimento de água, mas por outro lado, não promovem a renovação, apenas a circulação e o resfriamento do ar que já está no ambiente.
O ventilador não resseca o ar. Porém, pode não agradar os alérgicos à poeira. Santos explica que antes de ligar o ventilador, é importante se certificar de que o ambiente está completamente limpo. Caso contrário, “a sujeira acumulada nos móveis vai ficar em suspensão”, ou seja, vai circular por todo o ambiente e pode causar problemas em quem tem mais sensibilidade.
De acordo com o pneumologista Ubiratan de Paula Santos, nem o ventilador e nem o ar-condicionado trazem problemas para quem está gripado, desde que os aparelhos e o ambiente estejam devidamente limpos.
R7