Em 2014, o trânsito de Salvador era o segundo mais congestionado do país, segundo dados da empresa de monitoramento de tráfego TomTom. Em 2017, a capital baiana havia deixado o ranking das 10 cidades com o trânsito mais caótico do mundo. Nos últimos dez anos, Salvador passou por uma série de intervenções viárias e também obras que mudaram as configurações do transporte público soteropolitano. Mudanças que levaram a cidade a abandonar o ingrato ranking. Segundo a superintendente da Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado (Sedur), Grace Gomes, no campo das obras para transporte público, o metrô se tornou a maior feita pela gestão do governador Rui Costa na capital. “O metrô veio dar um salto de qualidade no transporte público em Salvador. Ele dá uma dignidade à população que usa o transporte aqui. Depois do metrô, a prefeitura passou a exigir ônibus melhores, mais novos, com mais qualidade para as pessoas. O metrô é mais seguro. Você não tem registros de roubos, de violência. É um ambiente confortável”, elencou Grace, em entrevista ao Bahia Notícias. Atualmente, o modal transporta diariamente cerca de 270 mil passageiros, segundo números fornecidos pela Sedur. Cada trem é capaz de levar mil pessoas, em um intervalo de 5 minutos entre um e outro. Entre 2014 e 2017, o governo entregou a linha 1 completa e a linha 2 quase completa também, faltando apenas a inauguração da Estação Aeroporto, que fará o metrô de Salvador chegar até Lauro de Freitas. Na linha 1, ainda ocorrerá uma ampliação, com a construção do tramo 3, que ligará a Estação Pirajá até Águas Claras, onde está prevista a nova rodoviária da cidade. A entrega do metrô, no entanto, veio acompanhada de obras que modificaram a infraestrutura viária do município. Grace destaca algumas. Uma delas foi o Complexo Viário Imbuí-Narandiba, conjunto de três viadutos sobre a Avenida Luís Viana Filho (Paralela). Dois deles ligam o bairro do Imbuí à Paralela. O outro, desse bairro para Narandiba. As obras começaram na gestão do ex-governador Jaques Wagner e foram continuadas na atual administração. Além disso, o governo estadual também construiu a alça de ligação da BR-324 com a Avenida Luís Eduardo Magalhães e também a ligação da Avenida ao Stiep, nas imediações do Centro de Convenções. Outro viaduto inaugurado recentemente foi nas proximidades do Shopping Paralela, em mais uma obra complementar ao metrô. A estrutura deu aos motoristas mais uma possibilidade de retorno para quem trafega pela Paralela. Um outro equipamento também foi construído nas imediações da Ferreira Costa, além do viaduto na saída de Stella Maris, pela Alameda das Praias, que liga o bairro também à Paralela. Não só a Salvador se restringiram as intervenções. Na passagem da capital baiana para Lauro de Freitas, o governo construiu um viaduto que liga o Complexo Dois de Julho ao município da região metropolitana. De acordo com Grace, essa série de mudanças fizeram o tráfego na Paralela, uma das regiões com mais retenção no tráfego em Salvador, melhorar. “Houve uma melhoria significante e perceptível do tráfego na Avenida Paralela, com as obras que já foram entregues. Para os pedestres, nós fizemos ligações com a construção de passarelas. Para os carros, através dos viadutos. Fizemos também intervenções viárias em Pernambués. Ampliamos a saída da Paralela e a integração no Iguatemi e a gente ainda tem outras obras para entregar”, afirmou. E, dentre os investimentos feitos na mobilidade urbana de Salvador, o governador Rui Costa inaugura no próximo dia 3 de março, um novo trecho da chamada Linha Azul, que vai ligar a orla de Salvador ao Subúrbio Ferroviário. O trecho a ser entregue faz a ligação entre a Avenida Pinto de Aguiar com a Avenida Gal Costa por meio de dois túneis – cada um com duas faixas – e segue até a rótula nas proximidades da Ladeira do Mandu. Com investimento de R$ 647 milhões, segundo informações da Secretaria de Comunicação do Estado (Secom), a Linha Azul vai ligar o bairro de Patamares, na orla atlântica, ao bairro do Lobato, no Subúrbio Ferroviário. Com isso, as obras vão beneficiar bairros como São Rafael, São Marcos, Sussuarana, Mata Escura e Campinas de Pirajá. Ao final do projeto, a Linha Azul contará com dez viadutos, quatro túneis duplos, ciclovias e pista dupla com três faixas cada, incluindo uma exclusiva para o transporte público, integrando-se ao metrô. Além da Linha Azul, outra intervenção de mobilidade urbana realizada em Salvador é a Linha Vermelha, que terá 20 km de extensão. A via é construída em paralelo com a Linha Azul para ligar Paripe a Piatã, beneficiando moradores em bairros como Trobogy, Mussurunga, Bairro da Paz, Jardim Nova Esperança, Águas Claras e Cajazeiras. Em 2016, como parte da obra, o governo baiano inaugurou a duplicação dos 3,5 quilômetros da Avenida Orlando Gomes, que liga a Avenida Paralela à orla de Piatã, além da duplicação da Pinto de Aguiar.