Podem até haver pessoas que não admitem, mas a moda influencia todos os âmbitos da sociedade. Não poderia ser diferente com o meio da saúde. Quando se pensa em um médico ou dentista, uma das primeiras imagens formadas é o tradicional jaleco branco usado para atendimento. No entanto, muitos profissionais têm escolhido “sair dessa mesmice”. Além de cores variadas, já é possível encontrar no mercado jalecos com bordados, rendas e modelos diferenciados. Mas será que eles realmente protegem? Em entrevista ao Bahia Notícias, representantes do Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb) e do Conselho Regional de Odontologia da Bahia (CRO-BA) explicaram que não existe uma norma explícita sobre tecidos ou modelos que devem ser usados no atendimento clínico. Ainda assim, os dois concordam que alguns detalhes podem prejudicar o atendimento. “Se essa renda for forrada, não tem problema. O que é complicado é usar jaleco vazado. Com aqueles espaços, o profissional está menos protegido”, avaliou a dentista Tatiane Freitas, colaboradora do CRO-BA. De acordo com ela, a função do jaleco é proteger tanto o paciente, quanto o profissional, então a renda vazada reduz esse efeito. Tatiane lembrou que o principal problema observado entre os dentistas é o uso da vestimenta por um tempo superior ao recomendado. “O que a gente vê muito são profissionais que não trocam o jaleco. Usam o mesmo jaleco a semana inteira. O certo é trocar o jaleco, pelo menos, duas ou três vezes por semana, a depender do número de consultas”, explicou. “Leva microorganismos de dentro pra fora e de fora pra dentro. O ambiente de consultório é contaminado. O jaleco deve ser lavado separado das roupas, é preciso todo um cuidado”, acrescentou a dentista.
Por outro lado, o médico Otávio Marambaia, conselheiro do Cremeb e representante da Bahia no Conselho Federal de Medicina (CFM), afirmou que a função do jaleco é essencialmente identificar o profissional e mostrar a limpeza, o que justifica o uso da cor branca. “O profissional de saúde que está impecavelmente branco revela para o paciente que ele se cuida e está paramentado para o atendimento”, defendeu. “Se você me perguntar pessoalmente, acho que é inconveniente que uma profissional tenha um jaleco cheio de renda ou de penduricalhos, porque isso ajuda a reter elementos que podem ser transmitidos. O jaleco, a meu juízo, tem que ser liso e impecavelmente branco”, reforçou Marambaia. Apesar de críticas a alguns modelos, Tatiane admitiu que é adepta dos jalecos coloridos. Para ela, “essa febre veio para ficar”.