O tempo de gestação ideal é de 40 semanas, mas a partir de 38, o parto pode acontecer dentro da normalidade. O bebê que nasce antes de completar 37 semanas é considerado prematuro. Entre eles, existem os que são pouco prematuros porque nasceram com uma média de 36 semanas. Os extremamente prematuros são aqueles que nascem, em média, com 28 semanas. Os problemas que cada criança vai enfrentar estão ligados ao maior ou menor tempo em que ela ficou dentro do útero.
De acordo Ministério da Saúde, por ano, 340 mil crianças nascem prematuras no país. Isso representa 12,4% do total de nascidos vivos, ou um em cada dez bebês, aproximadamente. O Brasil ocupa o décimo lugar no ranking dos países com mais partos prematuros. A prematuridade é a principal causa de morte no primeiro mês de vida e a segunda para as crianças de até 5 anos de idade.
De acordo com a pediatra Joice Ogata, médica do Ambulatório de Prematuros do Instituto Viver e Sorrir, ligado à Unifesp, quanto menor o tempo de gestação, maior a possibilidade de o bebê ter complicações respiratórias ao nascer. Em muitos casos, existe a necessidade do uso de ventilação mecânica com oxigênio até que os pulmões estejam maduros e a criança consiga respirar sozinha. Essa necessidade pode trazer prejuízos como uma reação inflamatória nos pulmões.
O prematuro está mais sujeito às infecções por permanecer mais tempo no ambiente hospitalar. Ele pode apresentar, também, problemas com a alimentação, porque o intestino ainda é imaturo, e problemas neurológicos.
A pediatra explica que as crianças que nasceram prematuras devem ser acompanhadas até a adolescência e estimuladas para que possam alcançar o desenvolvimento ideal: “este acompanhamento deve ser feito com diversos profissionais como fisioterapeuta, neurologista e fonoaudiólogo. Com o passar do tempo, essas crianças podem apresentar atraso no desenvolvimento motor, problemas cognitivos, de audição e de visão”.
A fertilização artificial aumenta a chance de gêmeos e, como consequência, a possibilidade de parto prematuro. A gestação de dois ou mais bebês costuma chegar ao fim antes de completar 40 semanas. Quanto maior o número de bebês, menor o tempo de gestação. “Nesses casos, o acompanhamento médico de qualidade é fundamental porque existem medicamentos que ajudam o organismo do bebê a ficar mais maduro, pronto para o parto algum tempo antes de completar 9 meses. Esses tratamentos podem diminuir os riscos para o recém-nascido”, explica Joice Ogata.
Entre as principais causas do nascimento prematuro estão o pré-natal mal assistido, nutrição deficiente, trabalho extenuante, fumo e algumas doenças como diabetes, hipertensão, anemia e infecções. A hipertensão é uma das que mais aumenta o risco de um parto antes do tempo.
Para evitar o parto prematuro, a mãe que faz parte do grupo de risco deve fazer um pré-natal de qualidade, com consultas e exames periódicos. Também é importante prestar atenção em qualquer alteração na gravidez, no comportamento do bebê dentro do útero e ser capaz de reconhecer os sinais de trabalho de parto imaturo.
R7