O Conselho Nacional de Pesquisa da Itália anunciou em janeiro que desenvolveu, junto com pesquisadores das universidades de Sant’Anna e Siena e da Escola de Pisa, um chocolate que faz bem para o coração. Como é produzido na região da Toscana, ganhou o nome de Toscolata. O produto já começou a ser vendido em caixas com tabletes de 40 gramas. Para a fabricação, são usadas variedades especiais de cacau, importadas da República Dominicana, e outros ingredientes produzidos na Toscana, como maçãs secas e azeite virgem de alta qualidade. Os pesquisadores afirmam que a mistura é capaz de reduzir os efeitos de alguns fatores de risco responsáveis pelas doenças cardiovasculares.
Mas você não precisa ir até a Itália para comprar um chocolate mais saudável. De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o chocolate meio amargo, aquele mais escuro, é capaz de trazer benefícios para o organismo, se for consumido de forma moderada, cerca de 30 gramas por dia.
A OPAS caracteriza como chocolate amargo aquele que apresenta ao menos 50% de cacau em sua composição. Além disso, durante a fabricação, devem ser utilizados grãos de cacau torrados, uma quantidade bem pequena de açúcar e nenhuma gota de leite. O nível de concentração pode variar entre 50% e 99%. Quanto maior for o nível de concentração de cacau no chocolate amargo, menor será o teor de açúcar.
Devido ao alto teor de flavonoides, composto químico que também pode ser encontrado em frutas e vegetais, o consumo regular e moderado do chocolate amargo contribui para o ganho de energia e também favorece o aprendizado. Ele é fonte de ferro, cobre, magnésio e manganês.
De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, o chocolate amargo diminui a pressão arterial por dois motivos. Primeiramente porque o cacau é rico em procianidinas e catequinas, dois antioxidantes que ajudam a inibir uma enzima que eleva a pressão sanguínea. Em segundo lugar, porque contribui para a produção de óxido nítrico, que envia sinais que relaxam as artérias, diminuindo o fluxo de sangue e, consequentemente, a pressão arterial.
O chocolate amargo também ajuda a diminuir o nível de colesterol ruim (LDL) no sangue, fazendo com que o coração fique mais protegido das doenças cardiovasculares. O cacau presente no chocolate amargo contribui para o aumento das taxas do colesterol bom (HDL) porque substâncias presentes no chocolate amargo – as catequinas – inibem a oxidação do colesterol ruim, impedindo que ele se deposite nas paredes arteriais.
Essa é uma boa notícia para quem luta contra o excesso de peso: o chocolate amargo aumenta o metabolismo, portanto, ajuda a emagrecer. De acordo com a OPAS, o consumo regular de chocolate preto aumenta a quantidade calórica que o organismo usa quando realizamos as diversas atividades diárias, ou seja, o chocolate amargo ajuda a queimar gorduras. O chocolate amargo também ajuda a diminuir a fome. Isso acontece porque ele é capaz de retardar a digestão, o que aumenta a sensação de saciedade e nos faz comer menos durante as refeições.
O chocolate amargo possui, ainda, substâncias capazes de aumentar a sensação de bem estar, melhorando o humor e dando mais disposição. Uma delas é o triptofano – um tipo de aminoácido que estimula a liberação de serotonina, um antidepressivo natural. O chocolate amargo também aumenta a concentração de anandamida no cérebro, conhecida como substância da felicidade, ela ajuda a combater a depressão e ajuda a diminuir o estresse.
O consumo regular de chocolate amargo ajuda no controle dos níveis de glicose na circulação sanguínea, o que evita a liberação em excesso de insulina – substância que contribui para o surgimento de inflamações e até mesmo acúmulo de gordura abdominal. As propriedades do chocolate amargo também ajudam a melhorar a visão, graças à melhora da circulação sanguínea que ele proporciona.
É importante salientar que o chocolate ao leite – aquele tradicional – contém muito açúcar e pouca quantidade de cacau. Portanto, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, somente o consumo do chocolate amargo traz benefícios para a saúde. Isso não significa que você necessariamente deve abrir mão do chocolate ao leite, do chocolate branco ou das diversas variedades que são encontradas nos mercados. Desde que isso seja feito ocasionalmente.
R7