A procura por produtos naturais ou menos agressivos ao cabelo tem sido cada vez maior. Ao mesmo tempo que assumir os cachos voltou à moda, ainda tem quem queira manter as madeixas lisas. No último fim de semana, uma mulher morreu após fazer escova progressiva em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo.
O método que é prático e deixa o cabelo com um superbrilho tem assustado cada vez mais, mas como substituir? O que devo saber antes de passar pelo procedimento?
A regra mais importante é: desconfie dos salões que dizem que usam a quantidade permitida de formol. A Anvisa não registra alisantes capilares que tenham como base o composto químico em sua fórmula. Mesmo se for em quantidades pequenas, não vai ser capaz de alisar.
O uso do formol pode provocar irritação na pele, queimaduras, irritação nos olhos e, se inalado, pode causar câncer no aparelho respiratório, dor de garganta, irritação no nariz, tosse e graves ferimentos nas vias respiratórias. O produto é considerado cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde.
Paulo Schettini, do salão Square by Romeu Felipe, utiliza procedimentos parecidos com a escova progressiva, mas regulamentados.
— Sempre indico o alinhamento de fios ou botox. O primeiro dura um pouco mais, o botox de 30 a 45 dias. O formol, apesar de dar um bom resultado, não deveria estar nos salões. Inclusive os estabelecimentos estão proibidos de usar, então utilizamos produtos equivalentes.
Procure apenas produtos certificados pela Anvisa
Rafael Dios, do Spa Dios, indica também um tratamento que tem efeito similar à progressiva, inclusive na durabilidade.
— A carbocisteína é um princípio ativo que usamos e não possui formol, nosso procedimento que utiliza esse ativo é o Apple. Ele alisa e tem duração de aproximadamente de dois a três meses.
Segundo a tricologista Ana Carina Junqueira Bertin, é importante utilizar apenas produtos certificados pela Anvisa. Todo frasco tem número de registro, basta procurar no site. Os permitidos terão no máximo 0,2% de formol.
— Não adianta procurar no rótulo se tem ou não formol, porque a substância tem muitos nomes diferentes, e em contato com calor da chapinha se transforma em formol e são evaporados, mas a vigilância sanitária tem o controle sobre eles também.
Ela ressalta que na maioria dos casos, os produtos que estão nos salões são adequados, no entanto, são “batizados” com um pouco de formol para potencializar a ação.
A tricologista explica que há produtos no mercado que dão o mesmo resultado e são inofensivos.
— Prefira os que têm guanidina, ácido glioxílico, tioglicolato de amônia, ácido láctico e hialurônico. Hoje temos progressivas com essas bases, que alisam e são capazes de controlar o volume, sem exposição ao risco.
A especialista dá dicas para quem quer retirar o produto dos cabelos.
— Sugiro aos meus pacientes que façam lavagens com mais frequência para remover o formol mais rápido possível, pois quanto mais tempo ele fica, mais dano ele vai gerar. Então a remoção rápida é o melhor: utilize shampoo anti-resíduo e lavagem diária.
R7