A filha do ex-espião russo Sergei Skripal, Yulia, que foi envenenada junto com seu pai por um agente nervoso no último dia 4 em Salisbury, na Inglaterra, está “melhorando com rapidez e sua condição já não é crítica”, mas “estável”, confirmou nesta quinta-feira (29) uma porta-voz do serviço público de saúde do Reino Unido.
A condição do ex-agente, contudo, continua “crítica, mas estável”, acrescentou a mesma fonte. Em comunicado, a doutora Christine Blanshard, diretora-médica do Salisbury District Hospital, onde ambos estão internados na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), indicou que Yulia “respondeu bem ao tratamento, mas continua recebendo cuidados clínicos especiais durante as 24 horas do dia”.
“Também aproveito esta oportunidade para agradecer ao pessoal do hospital pelos cuidados de alta qualidade oferecidos a esses pacientes nas últimas semanas”, disse Blanshard.
Na porta de casa
O último boletim médico dos Skripal chega depois que a polícia britânica informou hoje que o ex-espião e sua filha estiveram expostos pela primeira vez ao agente nervoso de fabricação russa na porta de entrada de sua residência, onde foi encontrada a maior concentração da substância química.
O governo britânico afirmou que tudo indica que a Rússia foi responsável pelo envenenamento e, como represália, decidiu expulsar 23 diplomatas desse país.
A polícia britânica falou que a investigação está concentrada na residência de Skripal em Salisbury, já que lá foi encontrada a maior concentração do agente nervoso Novichok, de tipo militar, na maçaneta da porta de entrada. Não obstante, baixas concentrações dessa toxina também foram encontradas em outros lugares de Salisbury, entre eles no automóvel do ex-espião e no restaurante italiano onde os Skripal comeram no dia 4.
Cerca de 250 agentes da unidade antiterrorista da Scotland Yard, a Polícia Metropolitana de Londres, trabalham na investigação e estão dedicados, segundo a imprensa britânica, a observar mais de 5 mil horas de imagens feitas pelas câmeras de segurança que existem na cidade.
As autoridades russas insistem que o Reino Unido ainda não apresentou provas de que a Rússia foi responsável pelo envenenamento e negaram qualquer participação do Kremlin no ataque.
Além do Reino Unido, vários outros países, entre eles os Estados Unidos, decidiram expulsar funcionários russos em represália pelo caso Skripal.
Agência Brasil