Sem mencionar a prisão de amigos, o presidente Michel Temer (MDB) enalteceu as medidas adotadas pelo próprio governo e alfinetou adversários que não “sentem a brasilidade no seu coração”.
— Nesses quase dois anos de governo não foram poucos os embaraços e as oposições que nós sofremos. Até gente disposta a desestabilizar o país com gestos extremamente irresponsáveis, que têm naturalmente repercussão internacional.
A declaração foi dada na tarde desta segunda-feira (2), no Fórum Econômico Brasil-Países Árabes, em São Paulo. O presidente ficou cerca de 30 minutos no evento e saiu sem conversar com jornalistas.
Na quinta-feira (28), a operação Skala, responsável por investigar irregularidades no setor de portos, prendeu temporariamente dois amigos do presidente: o advogado José Yunes, ex-assessor especial da Presidência da República e João Baptista Lima Filho, coronel aposentado da PM de São Paulo.
Crescimento
Assim como nos últimos eventos que têm participado, o emedebista enfatizou que o Brasil está saindo da pior recessão da história e, por causa da a agenda de reformas, tem entrado em uma fase de crescimento.
— Ingressamos numa fase de crescimento cada vez mais rigoroso e sustentável. É por isso que eu tenho dito que o Brasil voltou e voltou para ficar.
Para Temer, o Brasil está entrando nos trilhos.
Antes do discurso do presidente, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que se filia nesta terça-feira (3) ao MDB, elogiou o governo de Temer.
— Vencemos a dificuldades e chegamos onde estamos.
O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, e Dyogo Oliveira, que deixa o Ministério do Planejamento para assumir a presidência do BNDES, também estiverem presentes do evento.
Cerimônia em Santos
Após discursar em São Paulo, o presidente e os ministros seguiram para Santos, no litoral do Estado, onde Temer irá participar da cerimônia de abertura do 62º Congresso Estadual de Municípios.
Posse de ministros
Mais cedo, o presidente Michel Temer empossou no Palácio do Planalto, em Brasília, os novos ministros da da Saúde (Gilberto Occhi) e dos Transportes (Valter Casimiro). Temer evitou falar diretamente sobre as prisões de amigos e aliados na operação Skala, mas defendeu “liberdades individuais” e o respeito à Constituição.
Na cerimônia, Temer cometeu uma gafe ao saudar como “presidente do Supremo”, o senador Eunício Oliveira (MDB), que é presidente do Senado.
R7