Lidar com o desaparecimento de um familiar é uma angústia que muitos baianos sofrem cotidianamente. A fim de facilitar e agilizar o registro de ocorrências, bem como aproximar a Polícia Civil da população, a campanha Delegacia de Proteção às Pessoas (DPP) Itinerante chegou à Praça da Piedade, em Salvador, nesta quarta-feira (11). Atendimentos e entrega de panfletos fizeram parte da ação.
Uma delegacia móvel, de estrutura similar à uma unidade tradicional da DPP, foi estacionada em frente à sede da Polícia Civil e apoiou diversas pessoas que queriam registrar o sumiço de um ente querido. A catadora de material reciclável Eurídice Passos levou uma foto da filha Cíntia Raquel, de 15 anos, e conseguiu formalizar a denúncia pelo desaparecimento da adolescente. “Ela foi vista pela última vez saindo da escola e isso tem mais de 48 horas. Minha filha foi vista conversando com um homem quando sumiu e, desde então, não tenho notícias”, relatou Eurídice.
De acordo com a delegada da Polícia Civil, Heloísa Simões, casos como o de Cíntia são os mais comuns, no universo das ocorrências de desaparecidos. “Não lidamos com fatos delituosos e, sim, com o desaparecimento de idosos, pessoas com transtornos mentais e adolescentes, que respondem por 70% dos registros”, detalhou Heloísa. A policial destaca que o “intuito da campanha é, justamente, mostrar à população como a contribuição mútua é importante para elucidar casos como esses”.
Esta é a primeira vez que a DPP Itinerante vai às ruas e conta, neste ano, com o apoio do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom) e do Departamento de Polícia do Interior (Depin). “Antes, as ações eram feitas dentro de unidades de saúde e em institutos médicos legais. Nosso objetivo foi ampliado e, além de mostrar às pessoas que a troca de informações é eficaz, com entidades que recebem feridos e cadáveres, essa busca mais ativa pela população pode ajudar na resolução dessas ocorrências”, explicou a delegada.
O ajudante de pedreiro Rafael Souza circulava pela Praça da Piedade quando foi abordado por policiais da DPP que estavam entregando informativos. O rapaz está à procura da esposa Fabiane Bispo. “Tem cinco anos que não vejo minha esposa. Foi uma coincidência muito grande receber os panfletos e saber que dava para registrar a denúncia bem aqui”, contou o jovem.
Como denunciar
“Outro importante avanço é que agora o denunciante não precisa esperar mais 24 horas para fazer o registro”, salientou Heloísa. Além da sede localizada na Rua da Hortências, na Pituba, a Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP) oferece atendimento em outras nove unidades integradas na capital e no interior do estado. A Polícia Civil da Bahia dispõe também de uma fan page no Facebook , do whatsApp (71) 9 9631-6538 e do Disque Denúncia, que na capital atende no número 3235-0000 e, no interior, pelo 181.
Secom