A Prefeitura de Curitiba entrou com uma petição pedindo a transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da Superintendência da Polícia Federal, no bairro Santa Cândida.
De acordo com o pedido feito pela procuradora-geral do município Vanessa Volpi Bellegard Palácios, os manifestantes contrários a prisão de Lula montaram um acampamento nas imediações do prédio da PF, descumprindo uma ordem judicial, e estão “causando muitos transtornos aos moradores, ao trânsito e ao comércio da região”.
“A sede da Polícia Federal fica num bairro residencial, contando em seu entorno com diversas casas com moradores que há anos ali residem, sendo de conhecimento notório ainda de que a sede da Polícia Federal não possui estrutura para custodiar um ex-Presidente da República”, justifica a prefeitura.
O documento também cita o pedido do SinDPF/PR (Sindicato dos Delegados de Polícia Federal do Estado do Paraná), que enviou um ofício ao chefe do órgão no Estado em que solicita a transferência do petista.
Por fim, a Prefeitura de Curitiba “requer-se a Vossa Excelência seja determinada a transferência do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cumprimento da pena em local seguro e adequado às circunstâncias do caso, restabelecendo-se a ordem, o direito de ir e vir e a segurança da população, por ser medida de justiça!”.
A liminar será analisada pela juíza federal Carolina Lebbos, a 12ª Vara Federal de Curitiba.
A defesa do ex-presidente Lula disse que não vai se pronunciar a respeito. A PF foi procurada pelo R7, mas não ainda respondeu sobre o assunto.
Manifestantes
De acordo com a organização do acampamento, mais de 7 mil pessoas já passaram pelo local desde sábado (7), quando o ex-presidente chegou no prédio da Polícia Federal.
Em uma nota da organização do acampamento, os movimentos alegam que “o tema dos moradores está sendo usado com má-fé, por pessoas e grupos que querem desviar o tema central, que é o arbítrio da prisão de Lula”.
Ainda segundo os manifestantes, eles estão “instalados pacificamente em área pública. É notório a recepção dos moradores, que ajudam diariamente com água, energia elétrica, rede de internet”. O acampamento também enfatiza que está cumprindo os acordos coletivos de silêncio depois da 22h às 7h e que cerca de 80 pessoas fazem a limpeza todas as manhãs.
Os manifestantes também reafirmam o pedido de desculpas pelo transtorno, mas dizem não serem os “responsáveis pelas violações, pela violência de sábado, esta sim, precipitada pela Policia Federal, nem pela arbitrariedade que estão sendo cometidas contra Presidente (sic) Lula”.
Na tarde de quinta-feira (12), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, visitou os moradores que apoiam o movimento.
Prisão
O ex-presidente Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão pelo TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) em janeiro deste ano no caso do tríplex do Guarujá.
R7