Ter condições financeiras para viver dignamente sempre foi uma preocupação da humanidade, mas é fato que hoje em dia essa tarefa ficou bem mais difícil. Antigamente, para se montar uma cozinha, poucos eletrodomésticos eram necessários. A lista, encabeçada por geladeira e fogão, era complementada com não muito mais do que um liquidificador, uma batedeira e, talvez, um espremedor de frutas. Hoje em dia, o céu é o limite!
Há menos de 50 anos era comum que uma família tivesse um único carro por toda a vida e ainda o deixasse de herança para os filhos. Aparelho de telefone era substituído apenas em caso de quebra (o que era bem raro) e a televisão era compartilhada por toda a família na sala de estar, não precisando ter uma em cada cômodo da casa.
Além de termos uma variedade muito maior de opções, as coisas parecem que saem das fábricas programadas para quebrar – e logo! Lembro-me de que minha avó teve uma única máquina de lavar em seus mais de 50 anos de casamento e que seu eletrodoméstico mais “moderno” foi uma enceradeira que, igualmente, durou muitos anos, sobrevivendo até mesmo aos passeios escondidos que eu e minha prima dávamos pela casa “montadas” nela.
As novas tecnologias têm o objetivo de nos proporcionar uma vida mais tranquila, com mais tempo livre e desfrutando de mais conforto. Mas será que é isso mesmo que tem acontecido?
A equação da vida real tem mostrado um resultado diferente: temos que comprar mais coisas, por mais vezes, para termos mais tranquilidade. Porém, vivemos mais preocupados em ter mais dinheiro para comprar novamente mais coisas que vão durar cada vez menos. E assim o ciclo de insatisfação crônica está completo.
Como educadora financeira, perdi as contas de quantas pessoas já me perguntaram qual é a fórmula para fazer sobrar dinheiro no orçamento, achando que obteriam uma resposta super elaborada, composta por uma lista enorme de itens e com a exigência de diversas qualificações acadêmicas. Mas a verdade é que, para sobrar dinheiro é preciso fazer apenas uma coisa: gastar menos do que se recebe. Quando digo isso, a maioria das respostas que ouço se resume a uma única palavra: impossível! Será mesmo?
Será que você precisa de toda a quantidade de roupas, sapatos e bolsa que tem? Será que a sua geladeira e despensa precisam estar tão abarrotadas a ponto de jogar comida fora? Será que você precisa mesmo trocar de celular todo ano e não pode deixar de ir a nenhum evento, balada ou happy hour? Será que seu filho precisa, brinca ou liga para todos os brinquedos que ele tem? Será que todos os eletroeletrônicos que você comprou têm sido utilizados? Será que todas as toalhas de banho, roupas de cama e tantos outros itens que abarrotam os seus armários são realmente necessários?
Se você respondeu não para a maioria das perguntas, já percebeu que é possível, sim, reduzir boa parte dos gastos no seu orçamento. Então o que você pode fazer daqui em diante?
Assumir as rédeas da sua vida financeira, ou seja, ser a pessoa que decide como e onde o seu dinheiro vai ser investido, não permitindo que a publicidade ou outras pessoas decidam isso por você. Agindo assim, suas preocupações com as finanças vão diminuir consideravelmente.
R7