Especialista explica os motivos e alerta para os cuidados com os pequenos e formas de prevenção nesse período do ano
Espirro. Chiado no peito. Nariz escorrendo. Bastam as temperaturas caírem durante os meses de outono e inverno para aumentarem os episódios de doenças alérgicas e respiratórias. As crianças estão entre as mais afetadas. Os fatores responsáveis pela maior incidência de gripes, resfriados, bronquiolites e afins nessa época do ano são diversos.
Um deles diz respeito às constantes variações do clima e da umidade, na capital baiana. Outro agravante é que nesse período as pessoas tendem a se aglomerar em ambientes fechados, sem circulação de ar. A pneumologista Juliana Karaoglan, do Hospital Santa Izabel, conta que, no caso das crianças, as aglomerações em escolas ou creches acaba favorecendo a contaminação.
A maior parte das doenças infectocontagiosas nesse período é causada por vírus. Entre os pequenos, os problemas mais graves são causados pelo adenovírus (resfriados), influenza e parainfluenza (gripes), rotavirus(vômitos e diarreia) e vírus sincincial respiratório (dificuldades em respirar). Em relação a esse último, houve um aumento de 70% no seu contágio entre crianças, de 2017 para 2018.
Juliana alerta para os pais sobre os cuidados com a saúde da garotada e o momento certo de levar os pequenos para o pronto atendimento. Com as emergências lotadas, esse acaba sendo um outro momento favorável a disseminação dos vírus.
Por isso, a pneumologista explica que os pais devem avaliar a condição das crianças, antes de levá-las à emergência: se elas estão com febre a mais de 72h, se ficam prostradas, se recusam a beber líquidos ou sentem desconforto respiratório intenso, dificuldades para puxar o ar ou chiado no peito.
Prevenção
Para a criançada não sofrer com os problemas decorrentes das doenças respiratórias, os pais devem tomar alguns cuidados. “Um deles é garantir que os filhos tenham uma alimentação equilibrada, com frutas, legumes, vegetais, raízes, e rica em nutrientes como vitaminas e minerais para fortalecer e preservar a imunidade”, orienta Juliana. Para os menores até um ano, é imprescindível o leite materno.
Manter a carteira de vacinação em dia também é importante. Os pais devem estar atentos às datas, doses e reforços recomendados. Além disso, vale evitar aglomerações em ambientes fechados como shoppings e transportes coletivos, contato com pessoas doentes, lavar sempre bem as mãos e manter a casa ventilada, limpa, livre de mofo e poeira.
Números
Só no Hospital Santa Izabel, em Salvador, o número de atendimentos mensais na ala pediátrica – que costuma ser de 2.700 – saltou para 4.200 em março e registrou 4.100, em abril, os primeiros meses do outono.
Sobre a Santa Casa da Bahia
Fundada em 1549, mesmo ano da cidade de Salvador, a Santa Casa da Bahia foi a única entidade do Estado a prestar assistência aos baianos por cerca de 200 anos. Hoje, além de atuar na área de saúde, presta serviços em ensino e pesquisa, cultura, assistência social e educação infantil. Fazem parte da Santa Casa da Bahia o Hospital Santa Izabel, a Casa de Saúde Solange Fraga, a Unidade Álvaro Lemos, o Museu da Misericórdia, a Pupileira, o Centro de Memória Jorge Calmon, o Cerimonial Rainha Leonor, o Cemitério Campo Santo, seis Centros de Educação Infantil, o Programa Avançar – Centro de Referência em Promoção Social e Capacitação do Bairro da Paz e outros projetos. A Instituição ainda administra os Multicentros de Saúde Amaralina Dr. Adriano Pondé e Vale das Pedrinhas, o Hospital Municipal de Salvador, da Prefeitura Municipal de Salvador, e o Hospital Municipal de Catu.