A Organização Mundial da Saúde (OMS) deve iniciar, no próximo domingo (20), vacinação em caráter experimental contra o ebola em comunidades da República Democrática do Congo. A informação foi divulgada hoje (18) pelo diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante coletiva de imprensa, em Genebra (Suíça).
Questionado sobre a efetividade da vacina, ele garantiu que a dose foi considerada segura e eficaz. “É uma vacina que acreditamos pode nos ajudar como parte da resposta [ao surto de ebola], mas não vamos nos apoiar apenas nisso”, explicou. Segundo Tedros, a OMS e seus parceiros concentram esforços também em ações básicas de prevenção e no controle da doença.
“A vacina é uma de muitas partes de uma resposta coordenada”, reforçou o diretor-geral da organização.
De acordo com a OMS, a dose em questão foi utilizada em diversos ensaios envolvendo mais de 16 mil voluntários na Europa, na África e nos Estados Unidos e se mostrou segura para o uso em humanos. A entidade ressaltou ainda que a vacina apresentou resultados altamente eficazes na proteção contra a doença.
A mesma vacina já havia sido utilizada pela organização na Guiné em 2015. A estratégia, este ano, é repetir a chamada vacinação em anel, onde todas as pessoas que tiveram contato com um novo caso confirmado de ebola são rastreadas e recebem a dose, no intuito de frear a transmissão do vírus.
A vacinação na República Democrática do Congo será conduzida pela OMS em parceria com a organização Médicos sem Fronteira e com o Ministério da Saúde do país.
Casos
Entre 4 de abril e 17 de maio, 45 casos de ebola foram reportados na República Democrática do Congo, incluindo três profissionais de saúde. Foram notificadas ainda 25 mortes. Dos 14 casos confirmados laboratorialmente, a maioria foi identificada em áreas remotas de uma região de difícil acesso chamada Bikoro. Apenas uma confirmação foi feita em Bandaka, cidade com cerca de 1,2 milhão de habitantes.
Segundo a Médicos sem Fronteiras, a primeira informação sobre o Vírus ebola surgiu em 1976, em surtos simultâneos no Sudão e na República Democrática do Congo, em uma região situada próximo do Rio Ebola, que dá nome à doença. Morcegos frutívoros são considerados os hospedeiros naturais do Vírus ebola.
Agência Brasil