Os Estados Unidos ordenaram nesta quarta-feira a dois diplomatas venezuelanos que abandonem o território americano no prazo de 48 horas, em resposta à ordem de expulsão de Caracas contra os dois principais diplomatas dos EUA acreditados na Venezuela, informou o departamento de Estado.
“Esta ação é de reciprocidade à decisão do regime de (Nicolás) Maduro de declarar o Encarregado de Negócios, Todd Robinson, e o Subchefe de Missão da Embaixada dos Estados Unidos em Caracas, Brian Naranjo, como personae non gratae”, assinala um comunicado da porta-voz do departamento de Estado Heather Nauert.
A reação de Washington envolve o Encarregado de Negócios da embaixada venezuelana e o Cônsul Geral Adjunto do consulado em Houston (Texas), que têm o prazo de dois dias para abandonar os Estados Unidos, informou Nauert.
Durante esta quarta-feira, o governo de Donald Trump foi notificado oficialmente das expulsões de Robinson e Naranjo, anunciada na véspera por Maduro em mensagem à Nação.
O presidente venezuelano, reeleito no domingo até 2025 em eleições boicotadas pela oposição e questionadas por vários países, ordenou a saída do país “em 48 horas” de Robinson e Naranjo acusando-os de “conspiração”.
“Nossos funcionários da Embaixada (em Caracas) realizaram seus deveres oficiais de maneira responsável e consistente com a prática diplomática. Rejeitamos qualquer sugestão do contrário”, declarou Nauert nesta quarta.
Maduro disse agir em resposta às novas sanções a Caracas impostas por Trump na segunda-feira, que buscam restringir o financiamento do país petroleiro, em meio a uma de suas piores crises econômicas.
Estados Unidos e Venezuela mantiveram uma relação com altos e baixos durante o mandato de Hugo Chávez (1999-2013), mentor de Maduro, mas os laços ficaram mais tensos com a chegada de Trump ao poder, em janeiro de 2017.