** Salvador apresentou o maior contingente de população (1.217.527 habitantes) em áreas de risco em 2010, tanto na Região Nordeste quanto no Brasil;
** Este número representa 45,5 % da população total da capital baiana, apesar de não ser o município com maior percentual nessa situação;
** Na Bahia, foram identificadas 1.835 áreas de risco nos 46 municípios analisados;
** A Bahia é o terceiro estado do país com o maior contingente de população em área de risco (1.375.788);
** 98,3% dos moradores expostos a áreas de risco na Bahia residiam em domicílios com abastecimento de água por rede geral;
** 11,9% de moradores de áreas de risco na Bahia não têm rede de esgotamento sanitário;
** Em 4,7% dos domicílios em áreas de risco na Bahia, a coleta de lixo era inadequada.
O Município de Salvador sobressaiu negativamente por apresentar o maior contingente de população (1.217.527 habitantes) em áreas de risco em 2010, tanto na Região Nordeste quanto no Brasil como um todo. Este número representa 45,5% da população total da capital baiana nesta situação.
Isso se deve a diversos fatores como as características geomorfológicas da cidade, com formação de montanhas e vales e suas ocupações, sujeitas ao deslizamento, no caso das encostas, e à inundação, no caso dos vales.
Além de Salvador, foram analisados outros 45 municípios baianos, totalizando 1.835 áreas de risco identificadas. Entre os municípios monitorados na Bahia, depois de Salvador aparecem os municípios de Candeias (14.270), Ilhéus (11.285) e Valença (10.110) com os maiores contingentes da população em áreas de risco no estado, o que representa 17,16%, 6,13% e 11,40%, respectivamente, da população de cada município sob risco de desastres naturais.
Em termos percentuais, Igarassu, em Pernambuco, lidera o ranking com 68,4% de sua população total exposta a áreas de risco, ou seja, 69.801 dos 102.021 habitantes.
A Bahia é o terceiro estado do país com o maior contingente de população em área de risco
Com 1.375.788 pessoas vivendo em áreas de risco, a Bahia é o estado do país com o terceiro maior contingente de população nesta situação. São Paulo lidera o ranking com 1.521.386 habitantes em áreas de risco, seguido por Minas Gerais, onde 1.377.577 vivem sob risco de desastres naturais.
Entre as grandes regiões, a Região Sudeste, com 308 municípios analisados, sobressaiu com maior contingente populacional residindo em áreas de risco, com 4.266.301 moradores, o que representou 9,8% da população total dos municípios monitorados da região.
O Nordeste foi a segunda região com o maior número de moradores em áreas de risco, com 2.952.628 moradores nestas condições, o que representava 11,4% da população total dos 294 municípios monitorados na região.
A Região Centro-Oeste caracterizou-se pelo menor contingente de população residindo em áreas de risco, assim como pelo menor número de municípios e de áreas de risco, com 7.616 moradores, o que correspondia a 0,3% da população total dos municípios monitorados na região.
98,3% dos moradores expostos a áreas de risco na Bahia residiam em domicílios com abastecimento de água por rede geral
Dos domicílios em área de risco na Bahia, 1,7% viviam sem abastecimento de água por rede geral, sendo o estado com a melhor taxa de abastecimento da Região Nordeste. Maranhão (20,4%) e Alagoas (16,3%) apresentaram as maiores concentrações de pessoas expostas em áreas de riscos sem abastecimento de água por rede geral do Nordeste.
A análise das condições dos domicílios expostos segundo as formas de abastecimento de água é relevante para estudos de risco de desastres, pois o acesso ao abastecimento de água sem rede geral pode propiciar o aumento da saturação do terreno, especialmente em caso de acesso informal, o que pode levar à consequente maior potencialização de movimentos de massa.
A identificação das formas de abastecimento também pode auxiliar na caracterização do entorno das áreas onde estão localizados esses domicílios, bem como indicar situações especiais de precariedade e maior exposição ao risco.
Entre as regiões do Brasil destaca-se a Região Norte, que apresentou a maior concentração de pessoas expostas em áreas de riscos sem abastecimento de água por rede geral (26,3%), seguida pela Região Sul, com a segunda maior quantidade de população (8,5%) em áreas de risco sem abastecimento de água por rede geral.
Na Região Nordeste, 6,7% da população em áreas de risco não possuía abastecimento de água por rede geral; Na Região Centro-Oeste, 3,9%, e na Região Sudeste, 4,5% da população em áreas de risco não possuía este serviço.
11,9% de moradores de áreas de risco na Bahia não têm rede de esgotamento sanitário
Nos municípios avaliados na Bahia, 11,9% dos moradores expostos a áreas de risco não dispunham de acesso à rede geral de esgoto ou fossa séptica. O estado, porém, destoa da Região Nordeste como um todo (34,5%), já que os demais estados da região apresentam percentuais acima dos 40%, sendo o Maranhão o estado com o percentual mais alto (69,9%).
A Região Norte apresentou o percentual mais elevado, entre as Grandes Regiões, de inadequação das condições de esgotamento sanitário, sendo que 70,7% dos moradores em áreas de risco estavam nesta situação.
Na Região Centro-Oeste, esse percentual era de 52,5%; Na Região Sudeste, 17,7%; enquanto na Região Sul, 19,7% dos habitantes em áreas de risco residiam em domicílios sem acesso a esgotamento sanitário adequado.
O esgotamento sanitário inadequado e a presença de fossas rudimentares em áreas de riscos foram identificados como condicionantes antrópicos que favorecem a ocorrência de deslizamentos, além de acelerar a erosão do terreno em declive e aumentar a possibilidade de deslizamentos.
Em 4,7% dos domicílios em áreas de risco na Bahia, a coleta de lixo era inadequada
Nos 46 municípios avaliados na Bahia, 4,7% de moradores em áreas de risco não possuíam destinação de lixo adequada. Em situações específicas, onde não há coleta de lixo o descarte inadequado pode favorecer a sua concentração de fluxos nas encostas, aumentando o risco de deslizamentos, além de entupir os bueiros, o que impede o escoamento das águas, intensificando os processos de inundações e alagamentos.
A Região Norte apresentou maior percentual de moradores sem destinação adequada de lixo, com 14,1% dos domicílios nessa situação, seguida da Região Nordeste com 6,6%. As demais Grandes Regiões apresentaram valores inferiores a 3,0%.