Em seis anos, o roubo de cargas teve um crescimento de 105% na Bahia, segundo informou a Federação das Empresas Seguradoras, baseada em um estudo feito em todo o país pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
A pesquisa traz dados coletados entre os anos de 2011 e 2016. Em 2011, foram registrados 215 assaltos a veículos de carga deixando um prejuízo de mais de R$13 milhões. Em 2016, foram 441 assaltos, com prejuízo de quase R$ 28 milhões.
Além dos prejuízos financeiros para as empresas, os caminhoneiros sofrem com os traumas da violência dos assaltos. Um motorista relatou que teve quatro dedos decepados por assaltantes. O caminhoneiro, que preferiu não se identificar, disse que foi assaltado por dois homens quando estava dirigindo. Um estava com uma arma, o outro com um facão.
“Infelizmente, esse cidadão, tentou interromper os meus sonhos, os meus projetos de ir mais além na área de motorista. Ele, simplesmente por maldade, decepou quatro dedos da minha mão”, disse a vítima.
O crime foi no dia 26 de julho deste ano, um dia depois da festa de São Cristóvão, protetor dos motoristas. Os assaltantes ainda não foram presos e, por isso, o caminhoneiro tem medo de ser identificado.
Para evitar que os motoristas transportem dinheiro, o veículo que o caminhoneiro dirigia é equipado com uma impressora, que emite os boletos. Mas isso não impediu a ação dos bandidos. “Nunca trabalhamos com dinheiro. Isso talvez tenha deixado ele mais nervoso, acredito”, destacou a vítima.
O caminhoneiro estava passando pela BA-512, voltando da cidade de São Sebastião do Passé, quando foi assaltado. Na via, a velocidade permitida é de até 80 km/h. Entretanto, alguns carros seguem a menos de 30km/h, porque as condições da rodovia estão muitos ruins, cheia de buracos e os bandidos se aproveitam desta situação.
O delegado de Furtos e Roubo de Cargas, Gustavo Coutinho, conta que os buracos nas estradas são um problema, mas que, na Bahia, os pontos mais críticos são os lugares onde os caminhoneiros passam a noite.
“Aqui na Bahia, as quadrilhas preferem agir no momento em que o motorista faz o pernoite. É importante que os caminhoneiros procurem locais seguros, já determinados pela empresa que faz o rastreamento, para que evite esses roubos de carga”, explicou o delegado.
G1