Em sua 50ª edição na era profissional do tênis, o Aberto dos EUA terá duas novidades com potencial de impactar o ritmo das partidas e gerar algumas polêmicas.
Último dos quatro Grand Slams da temporada, o evento em Nova York começa às 12h desta segunda-feira (27).
Pela primeira vez, um torneio desse nível adotará um relógio na quadra que, em contagem regressiva, mostrará aos tenistas o tempo que eles têm para aquecer, descansar nos intervalos e sacar.
Os 25 segundos de que os jogadores dispõem para iniciar os pontos não mudam, mas agora eles serão cronometrados. Caso sejam ultrapassados, haverá uma advertência. A reincidência levará à perda do primeiro saque a cada infração cometida.
O relógio já foi testado durante a fase de classificação do Aberto dos EUA no ano passado e em alguns torneios do circuito mundial, inclusive na série de eventos na América do Norte que antecede o Slam.
Essa, porém, será a primeira experiência em jogos disputados em melhor de cinco sets, o que significa que os jogadores estarão pressionados pelo cronômetro por mais tempo, inclusive quando já estiverem exaustos em partidas longas.
Nos outros torneios houve poucas infrações e bate-bocas por conta do relógio, mas o critério adotado pelos árbitros ainda não é uniforme e gera críticas. Em tese, o cronômetro deve ser disparado somente após o juiz anunciar o placar depois de um ponto.
Entre elogios do britânico Andy Murray, que disse ser a favor da mudança porque ter que contar até 25 na cabeça era “uma das coisas mais estúpidas do tênis” e críticas de Serena Williams e Novak Djokovic, que reclamaram da novidade, o relógio terá em Nova York seu maior teste até agora.
Se não houver grandes transtornos, aumentam as chances de ele ser adotado de vez no circuito a partir da próxima temporada.
Outra novidade do Aberto dos EUA neste ano é que o evento terá um segundo estádio com teto retrátil. Além do Arthur Ashe, principal palco do complexo em Nova York, agora o Louis Armstrong poderá manter sua programação mesmo com chuva.
A reforma que criou um estádio mais intimidador e barulhento de 14 mil lugares é o toque final de uma série de reformas no complexo, que levaram cinco anos e custaram US$ 600 milhões (R$ 2,5 bi).
Diferentemente do Ashe, o novo Armstrong terá um sistema de ventilação natural, que dispensa o uso de ar-condicionado graças à instalação de painéis de terracota. Eles funcionam como persianas para barrar parcialmente o sol.
Cobrir outra quadra é uma medida para evitar que chuvas causem transtornos na programação, mas nem sempre agrada aos tenistas. Quando fechado, o teto reduz a influência de fatores externos e torna o jogo mais rápido.
Além disso, em 2016 o barulho da chuva na cobertura do Ashe gerou reclamação de tenistas. Resta saber quão ruidoso será o Armstrong.
Bahia Notícias