A PF (Polícia Federal) cumpre dois mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em imóveis em Teresina (PI) ligados ao senador Ciro Nogueira (PP-PI).
A assessoria de imprensa de Nogueira informou que os endereços pertencem ao PP e não são propriedades de Nogueira.
“Informamos que o alvo dessa ação NÃO foi o senador Ciro Nogueira, mas sim um terceiro. Essa pessoa, alvo da determinação judicial, diferentemente do que foi alegado pelas autoridades, não possui vínculo profissional com o Diretório Estadual do Progressistas. Portanto, permanece ainda inexplicável a razão pela qual a Polícia Federal procedeu a diligência na sede do partido”, afirma a assessoria de imprensa em nota.
A assessoria afirma que “apesar do evidente equívoco, houve plena colaboração dos funcionários do Progressistas que forneceram prontamente todas as informações solicitadas pelos agentes”. O senador se colocou a disposição da Justiça e “devido à grande repercussão negativa que essa operação causa em plena campanha eleitoral, espera-se rápido esclarecimento acerca do que levou à Polícia Federal a fazer buscas na sede do partido”.
Ciro Nogueira é senador pelo Piauí desde 2010 e, em 2018, tenta se reeleger no cargo.
As investigações da PF apuram crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa praticados por empresários de uma grande empreiteira, por políticos e doleiros.
As primeiras informações foram coletadas com acordos de colaboração premiada firmados por executivos de uma empreiteira com a PGR (Procuradoria-Geral da República).
Segundo as delações, quantias em dinheiro foram desviadas de obras públicas concedidas à empresa em questão.
O advogado de Nogueira, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirma que a defesa não entende a motivação a expedição dos mandados a 10 dias das eleições. Leia o posicionamento da defesa:
“O Senador Ciro Nogueira foi citado nas delações da UTC e da Odebrecht. A delação da UTC deu ensejo a uma Denúncia feita pela PGR que foi REJEITADA pelo Supremo Tribunal Federal. Nela o Supremo desconsiderou o valor probatório mínimo da delação e sequer permitiu a abertura do processo penal contra o Senador.A outra delação, da Odebrecht, fez com que fosse aberto o Inquérito 4407 no Supremo. Esta delação, bastante conhecida, é antiga.
O Inquérito esta aberto no Supremo Tribunal há 18 meses. A Defesa indaga o porquê de ser determinada busca e apreensão contra o PP a 10 dias das eleições? Obviamente não havia necessidade e urgência para esta medida neste momento. Embora o Senador não seja alvo da medida de busca o prejuízo eleitoral é evidente. Mais uma vez enfrentamos a criminalização da política, com o agravante que agora estamos em pleno processo eleitoral. Uma busca baseada em uma delação antiga ,dentro de um inquérito aberto há tanto tempo e determinada há 10 dias das eleições é uma verdadeira intromissão do Poder Judiciário no processo eleitoral. A Defesa não se preocupa em absoluto com o que foi apreendido ,mas denuncia o uso eleitoral que certamente se fara desta decisão judicial inoportuna, inadequada e desmedida neste momento. A criminalização da política tem que ser enfrentada em nome da normalidade democrática”.
R7