Após a expulsão do traficante do narcotraficante Marcelo Piloto pelo presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, autoridades policiais que atuam na região da fronteira acreditam que o PCC (Primeiro Comando da Capital) pode se aliar a outro traficante influente na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero para dominar o tráfico de drogas e armas nas rotas locais.
“O Minotauro está há mais tempo na região, seria mais interessante para o PCC se aliar a ele pela potência, força, contatos e dinheiro que ele tem”, afirmam fontes locais. “Mas não deve demorar muito para essa aliança começar a dar problemas. A facção paulista vai querer partir para a briga.”
Segundo fontes ouvidas pelo R7, desde a morte da advogada de defesa, Laura Casuso, que supostamente atuaria como procuradora do narcotraficante Jarvis Gimenes Pavão em Pedro Juan Caballero, que também advogava para Marcelo Piloto há uma movimentação de forças no tabuleiro do crime na fronteira entre Brasil e Paraguai.
“Não se consegue ocupar o lugar deixado por Piloto de imediato. Num primeiro momento dá uma travada nos movimentos.” Segundo o governo paraguaio, ele deixou Assunção em um avião da Força Aérea do país com destino a Ciudad del Este. Depois, foi entregue às autoridades brasileiras em Foz do Iguaçu, no Paraná. Ele seria transferido para o presídio federal de Catanduvas, a 195 quilômetros de Foz.
Com um perfil mais violento, Minotauro teria sido eleito para administrar o tráfico de drogas na região. Há um ano, porém, ele disputava poder com um membro do PCC conhecido como Galã. Outro integrante da facção, Levi, conhecido como líder da organização criminosa em Pedro Juan Caballero possuía adversidades com Galã e teria se unido a Minotauro para mata-lo. Hoje, seria o principal aliado do megatraficante.
“A guerra está só começando”, diz uma das fontes locais. Além da atuação dos megatraficantes independentes, fazendeiros donos de roças de maconha também estariam na mira do governo paraguaio. “Existem mais fatores entrando nessa guerra”, afirma sobre a atuação do Exército do Povo Paraguaio que, segundo ele, passaria a cobrar pelo prejuízo no comércio de drogas.
Prisão, regalias e crime
Segundo autoridades policiais, Marcelo Piloto seria aliado da facção criminosa que atua no Rio de Janeiro, o Comando Vermelho. Fontes locais afirmam que a expulsão do traficante enfraquece a atuação do grupo na fronteira.
Na cela em que ficava no Paraguai, ele teria acesso à regalias de forma rotineira. “Pagava para os carcereiros para ter acesso livre às visitas, usava o serviço de advogados e sabia que se viesse ao Brasil não teria os mesmos. Ele não queria cair nessa. Tinha planos de ficar mais um tempo no Paraguai e depois fugir.”
No sábado (17), Marcelo Piloto teria agredido e esfaqueado jovem Lidia Meza Burgos, de 18 anos, dentro da cela onde ele cumpre pena. De acordo com o Ministério Público paraguaio, matá-la foi uma atitude extrema para impedir sua extradição. “O fato da advogada dele ter sido morta também colaborou para que ele fosse expulso do país”, diz uma fonte. “Ele achou que ninguém fosse se importar com uma garota de programa.”
R7