Mais de 40% dos nordestinos estão usando cada vez menos a camisinha, segundo a Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira. De acordo com o clínico geral da Vitalmed, Guilherme Lazzari, vale um alerta principalmente para os jovens, que estão mais suscetíveis a contrair o vírus. Isso ocorre porque este público costuma ter mais parceiros, está se protegendo menos e não tem a consciência da gravidade da doença.
“Por mais que seja amplamente conhecida, tanto na forma de contágio como na prevenção, ainda falta conscientização, especialmente entre os jovens. A camisinha ainda continua sendo a forma mais eficaz de evitar a doença durante o sexo vaginal, anal e oral. Além disso, é fundamental evitar o uso de drogas, com compartilhamento de agulhas e seringas”, reforça o médico.
Guilherme Lazzari ainda explica que é aconselhável fazer regularmente o teste e sempre que houver situação de risco, a exemplo do sexo desprotegido. “Existem avaliações rápidas realizadas, gratuitamente, em postos de saúde. Vale ressaltar ainda que quem transou sem proteção pode ter contraído a doença, mesmo com o exame dando negativo inicialmente, visto que os sintomas podem ser silenciosos e demorar a aparecerem”, detalha o médico.
Tratamento
Em casos de urgência – exposição não protegida ao vírus (sexo sem proteção ou rompimento de preservativo) – o Ministério da Saúde alerta para o uso do kit conhecido como Profilaxia Pós-Exposição (PEP), distribuído pela Rede Pública de Saúde, mas pouco conhecido pela população. Trata-se de um tratamento de quatro semanas com doses diárias de medicamentos contra o vírus, em forma de pílulas, que pode reduzir as chances de infecção após a exposição ao HIV. O tratamento deve ser iniciado em até 72 horas e não pode haver interrupções.
“Atualmente, pessoas que convivem com o vírus podem ter uma vida bastante normal. O tratamento consiste em uma série de cuidados e mudanças no estilo de vida, assim como a tomada de medicamentos chamados antirretrovirais. O esquema de tratamento pode variar de acordo com o estágio da doença e com a aceitação do paciente aos efeitos colaterais apresentados”, conta Lazzari.
Já a PrEP – Profilaxia Pré-Exposição ao HIV – é o uso de medicamentos antes da exposição ao vírus, reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar e deve ser utilizada se a pessoa acha que pode ter alto risco para adquirir o vírus. Segundo o site do Ministério da Saúde, a PrEP não é para todos e também não é uma profilaxia de emergência, como é a PEP. Os públicos prioritários são as pulações-chave que concentram a estatística de mais casos de HIV no país: homossexuais (homens); pessoas trans; trabalhadores/as do sexo e parceiros(as) sorodiferentes (quando uma pessoa está infectada pelo HIV e a outra não).