Os dois policiais militares envolvidos na morte do empresário espanhol Márcio Pérez, de 42 anos, baleado durante uma perseguição policial, tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. O caso aconteceu no Costa Azul, bairro classe média de Salvador, na noite de 17 de setembro deste ano. A prisão preventiva foi determinada mais de três meses após a morte de Márcio.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), a investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontou falta de coerência entre a versão apresentada pelos policiais Maurício Correia dos Santos e Saulo Reis Queiroz, o relato das testemunhas e outras peças do inquérito.
De acordo com a SSP, o pedido de prisão preventiva da dupla foi solicitada na última segunda-feira (17) e atendida na quarta-feira (19). O documento já foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar para cumprimento.
O órgão informou que as investigações sobre o caso continuam até que a motivação e outros detalhes sejam esclarecidos. O caso também é acompanhado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) e Consulado da Espanha.
O G1 procurou o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), para buscar mais detalhes sobre a autorização judicial da prisão preventiva, entretanto foi informado que, por conta do recesso de Natal, não havia ninguém que pudesse comentar o caso.
Caso
Márcio estava na porta da casa onde morava, no bairro do Costa Azul, quando começou a ser perseguido. O economista estava com uma amiga. A mulher e outras testemunhas contaram que os policiais se aproximaram, com o giroflex desligado, e começaram a atirar. Assustada, a vítima teria iniciado uma fuga.
Durante a perseguição, Márcio foi baleado e bateu o carro em uma árvore. A amiga da vítima ficou ferida. Ambos foram socorridos para um hospital da região pelos PMs.
Na ocasião, os agentes relataram apenas que as vítimas tinha sofrido um acidente de trânsito. Somente depois, os médicos descobriram que Márcio havia sido baleado.
Em depoimento, os policiais militares alegaram que estariam perseguindo criminosos e acabaram se deparando com o carro de Márcio, que tinha as mesmas características do veículo dos bandidos.
O advogado da família de Márcio, Paulo Carneiro, diz que a versão dos policiais militares não bate com o que as testemunhas falam.
Após a morte, o corpo de Márcio foi velado em Salvador e levado à cidade de Ponte Caldelas, na província de Pontevedra, na Espanha, onde ele nasceu, para ser sepultado. A cerimônia ocorreu no dia 25 de setembro.
G1