O Brasil caiu nove posições no ranking global de corrupção divulgado na madrugada desta terça-feira (29) pela Transparência Internacional. Com a movimentação, o Brasil figura na 105ª colocação do índice com 180 países e amarga o pior desempenho dos últimos sete anos.
Na passagem de 2017 para 2018, a nota brasileira no IPC (Índice de Percepção da Corrupção) recuou de 37 para 35 pontos em uma escala que varia de 0 a 100. Quanto menor o valor, maior é a percepção de corrupção no país.
Os dados apontam para o pior resultado do Brasil desde 2012, ano em que a Transparência Internacional modificou a metodologia do indicador e permitiu a comparação das informações.
O consultor sênior da Transparência Internacional, Fabiano Angélico, avalia a nova queda do Brasil no índice como fruto da falta de barreiras para impedir que a corrupção continue ocorrendo.
“Os países têm uma queda no índice quando existem casos de corrupção, e a percepção dos entrevistados [empresários, pesquisadores e especialistas] é de que o fenômeno continua ocorrendo sem nenhuma reação institucional”, afirma Angélico.
A nova queda coloca o Brasil empatado no ranking com Argélia, Armênia, Costa do Marfim, Egito, El Salvador, Peru, Timor Leste e Zâmbia. A percepção da corrupção em território nacional também é superior à verificada em alguns países vizinhos, como Colômbia (36), Argentina (40), Chile (67) e Uruguai (70).
A avaliação somente das Américas aponta o Brasil como o 20º colocado do ranking. Somente nos últimos sete anos, o país foi ultrapassado por Jamaica, Suriname, Trinidad e Tobago, Argentina, Guiana, Colômbia e Panamá.
Ao analisar outros países e territórios que apresentaram melhora no índice ao longo dos anos, Angélico destaca a realização de ações de combate à corrupção, programas para melhorar as relações entre os setores público e privado e mudanças governamentais.
Para a Transparência Internacional, todos os países que obtiveram nota abaixo de 50 estão “falhando em sua luta contra a corrupção”. Em 2018, a nota média global da percepção da corrupção oscilou positivamente pela terceira vez consecutiva, de 42,5 para 43,1.
Nações
Na análise entre as 180 localidades pesquisadas para a composição do ranking, 65 obtiveram no ano passado notas menores do que aquelas apresentadas em 2017. Outros 55 países ficaram estáveis e 60 demonstraram melhora.
Mais uma vez, o topo do levantamento foi dominado pelos países escandinavos, que aparecem quatro vezes entre as 10 localidades com menor percepção da corrupção. Os destaques ficam por conta de Dinamarca (88), Finlândia (85), Suécia (85) e Noruega (84).
Figuram também entre as 10 nações melhores ranqueadas no índice Nova Zelândia (87), Singapura (85), Suíça (85), Holanda (82), Canadá (81) e Luxemburgo (81).
Ao analisar os “casos de sucesso” do indicador, a Transparência Internacional destaca alguns fatores em comum entre os países, como sistemas democráticos estáveis, amplas liberdades de imprensa e atuação da sociedade civil.
Por outro lado, A nota mais baixa do índice foi verificada na Somália, com 10 apenas pontos. O país africano é seguido por Síria (13), Sudão do Sul (13), Iêmen (14) e Coreia do Norte (14).
Na avaliação da Transparência Internacional. “a maioria das nações tem progredido muito vagarosamente rumo a um ambiente mais ético e transparente. Nos últimos sete anos, grande número delas teve pouco ou nenhum progresso”.
R7