Um dos esportes olímpicos mais antigos do mundo, o Tiro Esportivo não é tão praticado no Brasil como o futebol e o vôlei, por exemplo. No entanto, após a medalha olímpica conquistada pelo brasileiro Felipe Wu em 2016e a assinatura do decreto que facilita a posse de armas no Brasil, houve um crescimento na procur, segundo o presidente da Associação Desportiva Atiro, Jodson Gomes.
“Foi muito forte [a procura]. Inclusive muitas pessoas não sabiam que existia uma regulamentação de uma prática de tiro formalmente. Não é simplesmente comprar uma arma e ir para o clube, tem que fornecer alguns documentos para dar entrada no CR do exército. Após isso a pessoa poderá praticar o curso e depois estará apto para comprar a arma. Para compra de arma não se exige curso de tiro, o que é exigido é capacidade técnica”, explicou.
Jodson destacou que o crescimento também aconteceu com o público feminino: “A procura foi grande. Era difícil que mulheres participassem. Atualmente, atingimos 40% de público feminino em alguns cursos”.
Ainda segundo Jodson, ele afirma que muitas pessoas procuraram a Atiro por conta do decreto, e o retorno tem sido satisfatório. Entretanto, ele explica que não é necessário ir para o clube aprender, mas sim apresentar a documentação técnica necessária ao exército.
“Estamos aproveitando essa mídia que foi criada em relação ao decreto que deu ênfase. O exército tem melhorado e ajudado bastante a competição. Está tendo um retorno muito grande. Foi bastante impulsionador”, salientou.
Assim como em 2016, Jodson aposta na Olimpíada de Tóquio, em 2020, para que mais baianos queiram praticar o Tiro Esportivo.
“Estamos contando com isso. A Olimpíada está chegando e, com isso, a modalidade irá aparecer mais na mídia. Acreditamos que a procura será intensa pelo nosso esporte”, analisou.
Fundada em 1991, a Atiro promove cursos e torneios para seus alunos, além de prepará-los para competições estaduais, regionais e nacionais. Como o Torneio de Tiro Rápido, marcado para este sábado (9), na Sede da Associação, no Rio Vermelho. Questionado sobre disputar certames fora do Brasil, Jodson lamenta a falta de apoio e investimento.
“No momento não temos como competir nas internacionais. É caro, tem que ter investimento ou conseguir patrocínio para isso. Foge da nossa esfera”, afirmou. Jodson contou que, caso o competidor queira disputar, ele próprio deve se filiar à Federação Baiana de Tiro Esportivo (FBTE) e à Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE), e conseguir um patrocínio para arcar com os custos.
Jodson ainda conta que outras dificuldades são encontradas no país: “Não temos fabricantes no Brasil para armas olímpicas. O aluno ou competidor terá que fazer importação do equipamento com o nome dele”.
“Temos diversas modalidades, mais de 50 no nosso país. Temos armas no mercado como tiro ao prato, como também a Carabina. Ela custa cerca de R$ 2.000. Temos algumas modalidades a nível internacional, que precisam ser importadas. Isso é um custo elevado por conta dos impostos”, completou.
O Tiro Esportivo é um esporte que exige muita concentração. De acordo com o presidente da Atiro, a disciplina é muito importante para o praticante.
“Ele deve ter um poder de capacidade de observação muito grande. Precisa ser calmo e tranquilo. Em seguida, vem o lado técnico, que é absorvido por instrutores. Exige muita disciplina, pois temos regras de seguranças rígidas”, destacou.
Bahia Notícias