Desde a noite de quinta (21), o ex-presidente Michel Temer está acomodado em uma sala escura na Superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio, onde cumpre prisão preventiva (sem julgamento e por prazo indeterminado). Apesar de amplo -com três ambientes, incluindo banheiro privativo- o aposento foi totalmente lacrado para recebê-lo.
Antigo escritório do corregedor da PF, a sala teve as janelas vedadas com chumbo derretido. Além de “chumbadas”, as janelas foram cobertas de película negra, impedindo a vista ao pátio interno do prédio.
O chumbo é para impedir fuga. Já o revestimento preto impede que seja visto e tenha acesso ao pátio do prédio.
Sem iluminação natural, a sala mantém luminárias permanentemente acesas. Localizada no terceiro andar da superintendência da PF, o aposento tem uma sala maior -dividida por uma grande mesa de reunião- e uma antessala, onde fica um sofá e cadeiras.
Na sala maior, há uma aérea de trabalho, com mesa e cadeira. No lado oposto, em um canto, há uma cama de solteiro. Ao lado da mesa, está um frigobar. Uma TV também seria levada ao local.
Na noite de quinta, ofereceram jantar ao ex-presidente. Mas Temer recusou a oferta. Segundo relatos, Temer manifestou irritação ao chegar à sala. Ele se diz injustiçado.
O ex-presidente recebeu nesta sexta duas visitas: a de seu ex-ministro Carlos Marun, um dos fiéis escudeiros de seu governo, e a do advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, que já o defendeu no passado, mas diz ter ido ao local na condição “de amigo”.
Mas Marun foi barrado no começo da noite, na terceira visita ao colega do MDB em menos de 24 horas. Marun disse que recebeu como justificativa o argumento de que Temer estaria cansado. Segundo Mariz de Oliveira, Temer “está triste e aborrecido, mas tem muita esperança na Justiça”.