A Bahia registrou aumento dos casos de dengue e por isso é preciso evitar focos do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika
A Bahia registrou aumento dos casos de dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, nos primeiros meses do ano. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), houve crescimento de 301,4% até o dia 16 de fevereiro de 2019, em comparação ao mesmo período de 2018. Foram notificados 3.725 casos em 123 municípios, até essa data. O município de Feira de Santana lidera o ranking com 1.520 registros e quatro óbitos.
Frequentes e cada vez mais intensas no Verão e também no Outono, as chuvas aumentam os focos do Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e Zika. Especialistas da Central Nacional Unimed – maior operadora de planos de saúde do Sistema Unimed – alertam para a importância de intensificar os cuidados com o combate ao mosquito e a prevenção dessas doenças virais. Isso porque o clima quente e as chuvas favorecem a reprodução do mosquito.
Evitar o acúmulo de água é uma medida eficaz para a prevenção dessas doenças. Qualquer local pode se tornar criadouro do mosquito, uma vez que a fêmea deposita os ovos e depois os distribui por diversos outros locais. A Sesab recomendou que os municípios realizassem mutirões de limpeza, com atividades de vistoria e remoções de focos do vetor nas residências, juntamente com caminhadas de conscientização e distribuição de materiais informativos. O governo da Bahia distribuiu 7.400 kits para serem utilizados pelos agentes de controle de endemias dos 417 municípios. Com investimento superior a R$ 2,6 milhões.
O risco maior está no acúmulo de água em calhas, pneus, vasos e garrafas com água parada e limpa. “A reprodução do mosquito é rápida, leva aproximadamente uma semana, o que colabora para o aumento no número de casos”, alerta o médico de família e comunidade, Marlon Chagas Magalhães, da clínica de Atenção Integral à Saúde da Central Nacional Unimed em Salvador.
Ele explica que, no longo prazo, as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti podem trazer consequências graves, a exemplo de dores incapacitantes, microcefalia em bebês e até mesmo a morte. Por isso o combate ao mosquito é a forma mais eficiente de prevenção.
“Cada doença se manifesta de forma diferente e a picada indolor do mosquito atrasa o diagnóstico. Justamente por isso, é recomendável ficar alerta para alguns sintomas (febre alta, dor de cabeça, dores pelo corpo, indisposição, dores nas articulações, náuseas, manchas na pele, vermelhidão nos olhos) e procurar um médico”, orienta o médico de família e comunidade.
Dicas para evitar focos do mosquito dentro de casa
1 – Limpeza dos recipientes
Objetos com bordas ou buracos que acumulam água devem ser lavados toda semana com sabão e bucha. Os possíveis focos do mosquito – pratinhos dos vasos de plantas – devem ser preenchidos com areia ou cobertos com lonas bem esticadas, para evitar a formação de poças.
2 – O que fazer com larvas
As larvas do Aedes aegypti devem ser descartadas na terra ou no chão seco, já que elas precisam da água para se desenvolver.
3 – Produtos de limpeza
Produtos de limpeza, como sabão em pó, detergente, desinfetante e cloro de piscina, podem ser usados para limpar recipientes com larvas.
4 – Água sanitária
A água sanitária também é uma opção para limpar os objetos e criadouros potenciais, porém o produto não é recomendado para potes que são de uso doméstico ou animal, uma vez que qualquer resíduo faz mal ao organismo.
5 – Inspeção periódica
Para garantir que a casa esteja sempre protegida, é necessário fazer inspeção periódica. Recipientes que podem acumular água devem ser guardados de cabeça para baixo. Esse tipo de cuidado é fundamental, porque os ovos do mosquito podem viver mais de um ano no ambiente seco.