O presidente Jair Bolsonaro decidiu não participar das manifestações marcadas para acontecer no próximo domingo (26) em defesa do governo e orientou seus ministros a também não comparecerem, afirmou nesta terça-feira (21) o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros.
O presidente inicialmente chegou a considerar comparecer ao ato, que foi chamado por apoiadores para se contrapor às manifestações do último dia 15 contra bloqueio nos recursos para a Educação, no que acabou se tornando um ato contra o governo.
Na segunda-feira, o porta-voz havia informado que não estava decidido se o presidente iria ou não. Questionado se Bolsonaro havia decidido não participar e dito aos ministros que eles também não deveriam ir, o porta-voz respondeu: “Sim, foi isso mesmo”.
O presidente fez o anúncio e a recomendação aos ministros durante reunião ministerial na manhã desta terça-feira, de acordo com o porta-voz.
Segundo uma fonte que estava presente à reunião, que falou sob condição de anonimato, Bolsonaro “orientou aos ministros que ‘como ministros’ não deveriam ir”.
Os filhos do presidente, especialmente o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, têm defendido as manifestações. Mas o ato, que surgiu de grupos de apoiadores nas redes sociais, tem causado divergência dentro do próprio partido de Bolsonaro, o PSL.
O presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE), afirmou que não vê sentido nas manifestações, mesmo achando que qualquer ato popular é “válido”.
A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), disse não ser contra o ato, mas defendeu que parlamentares não devem participar, enquanto o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP), disse que estará na Avenida Paulista, no domingo, “como cidadão”. “Meu entendimento é que segmentos do PSL não querem participar, mais do que respeitável isso”, disse.
A grande polêmica em torno da manifestação está no fato de as primeiras convocações terem centrado fogo no Congresso e no STF (Supremo Tribunal Federal), inclusive falando em fechamento das duas instituições.
O tom belicoso afastou movimentos e dividiu a direita, a ponto de movimentos tradicionais como o MBL e o Vem para Rua terem avisado que não irão participar.
Os defensores do ato têm tentado amainar o tom do protesto, que deve agora focar na defesa do governo e da reforma da Previdência, e centrar fogo no chamado centrão, grupo do Congresso apontado como o vilão que tem impedido o governo de avançar.
R7