Um dia depois de a polícia usar gás lacrimogdêneo e balas de borracha para afastar manifestantes que tentavam invadir repartições públicas, a situação continua tensa hoje (13) em Hong Kong. A tensão ocorre porque milhares de pessoas bloquearam a entrada do Conselho Legislativo da cidade para protestar contra uma lei apresentada pelo governo que, se aprovada, permite a extradição de residentes de Hong Kong para a China continental. Apesar disso, a polícia iniciou a retirada de barricadas das ruas, em uma tentativa de sinalizar para a população que a cidade está voltando à rotina normal.
Os protestos de ontem (12) forçaram o Conselho Legislativo, predominantemente pró-Pequim, a adiar uma segunda leitura do projeto de lei de extradição, e os legisladores afirmaram hoje que nenhum novo debate sobre a legislação foi agendado após os distúrbios.
O chefe da polícia de Hong Kong, Stephen Lo, disse que 11 pessoas foram presas nos protestos de ontem. Ele acrescentou que 22 policiais foram feridos nos confrontos.
Em uma entrevista na televisão local, a executiva-chefe de Hong Kong, Carrie Lam, chamou os protestos de “tumultos organizados” e rejeitou as acusações de que seu apoio ao projeto de extradição significava que ela havia se “vendido” para Pequim.
“Eu cresci aqui com todo o povo de Hong Kong, meu amor por este lugar me levou a fazer muitos sacrifícios pessoais”, disse ela.
Lam defendeu a aprovação da nova lei. No entanto, os oponentes dizem que a lei permitiria que qualquer pessoa fosse presa em Hong Kong e enviada para o continente para julgamento no sistema judicial da China.
Agência Brasil