Os dois homens suspeitos de envolvimento na morte do assessor da Companhia de Processamento de Dados do Estado (Prodeb), Michel Batista de Sá, foram presos depois de uma audiência em Salvador, na sexta-feira (14). A informação foi confirmada pelos advogados de Itazil Moreira dos Santos e Maurício Lucas Teive.
Os homens foram denunciados pelo Ministério Público (MP-BA) por latrocínio, que é o roubo seguido de morte, em janeiro de 2019. No mês seguinte, eles tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça.
De acordo com o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), as denúncias contra Maurício Lucas Teive e Argollo e Itazil Moreira dos Santos foram aceitas pelo órgão no dia 31 de dezembro. As prisões preventivas foram decretadas no dia 11 de fevereiro.
Conforme Paulo Antônio Vilaboim, advogado de Itazil Moreira dos Santos, a prisão ocorreu durante a audiência de instrução e julgamento, no Fórum Criminal de Sussuarana, na capital baiana.
“[Na sexta-feira (14) Foram algumas testemunhas para audiência. Foram ouvidas algumas testemunhas de acusação. Ouviram uma amiga de Gabriel, a mulher do Gabriel e também o irmão de Michel. Como a prisão já estava decretada, Itazil e Maurício acabaram presos. Mas entrei com pedido de revogação de prisão preventiva”, afirmou o advogado.
O advogado informou também que os suspeitos, que estão na Coordenação de Polícia Interestadual (Polinter), serão transferidos para o Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador.
O crime ocorreu em agosto de 2018, durante negociação com relação à venda de um carro que pertencia a Michel. O veículo seria vendido por R$ 73 mil. O principal suspeito de matar Michel Sá é Gabriel Bispo dos Santos, que está preso em Salvador desde o dia 23 de novembro de 2018. Gabriel confessou participação no golpe, mas nega que tenha assassinado a vítima. O crime ocorreu em agosto do ano passado.
Segundo documento do Ministério Público, Gabriel e os dois suspeitos amordaçaram Michel e o fizeram refém. Eles teriam levado a vítima para a Avenida Tamburugy, em frente ao Condomínio Mediterrânea, no bairro de Patamares, empurraram ele para fora do carro e o executaram.
Ainda na denúncia, o MP-BA diz que o trio roubou carro e cartões de crédito de Michel, e usaram para fazer compras de telefones celulares.
De acordo com a polícia, Gabriel tinha um suposto interesse em comprar o carro, que foi anunciado em um site de vendas por Michel. Ele chegou a negociar com a vítima, mas a transação não foi finalizada.
O motivo seria uma suposta transferência feita por Gabriel que não caiu na conta de Michel. A família da vítima diz que Gabriel fingiu ter caído em um golpe para enganar Michel, durante a negociação. Ao achar que o suposto comprador tinha caído em um golpe, Michel ainda tentou ajudá-lo.
Caso
- Michel Batista de Sá foi morto a tiros no dia 16 de agosto, após ser torturado durante a negociação da venda de um carro. Ele tinha 35 anos, era casado e deixou um filho de nove meses.
- O crime ocorreu durante negociação com relação à venda de um carro que pertencia a Michel. O veículo seria vendido por R$ 73 mil.
- Depois do assassinato, o automóvel sumiu e só foi achado dois dias após o desaparecimento do assessor.
- Em 19 de novembro, Gabriel Bispo dos Santos, principal suspeito de assassinar Michel, foi preso na cidade de Pomerode (SC), onde estava escondido.
- Na casa de Gabriel, em Salvador, a polícia encontrou um sapato que estava manchado com sangue da vítima.
- Em depoimento, Gabriel confessou que participou do golpe, mas negou que tenha torturado e matado Michel. Disse que estava no local do crime, mas não revelou à polícia quem teria atirado na vítima.
- Em 21 de janeiro deste ano, O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou e pediu a prisão preventiva de Maurício Lucas Teive e Argollo e Itazil Moreira dos Santos. Eles são acusados de participarem do crime.
- Em fevereiro deste ano, a Justiça pediu a prisão preventiva dos suspeitos.
G1