SIM, SOU COMUNISTA! Ok, não sou. Nem de longe. Sou empresário, formado em propaganda e marketing e somente isso bastaria para me afastar do Lenin, Trótsky, Stalin, Fidel, etc. Porém no Brasil atual, para o lado que venceu as eleições presidenciais, só existem dois tipos brasileiros. Patriotas e comunistas. Ainda que os “patriotas” confundirem a bandeira do Maranhão com a de Cuba. Mas aquele povinho “de Paraíba” é um caso à parte. Vamos ao que interessa.
A imprensa passou o ano de 2018 falando de extremos na política. De um lado, a extrema direita, apoiando o Golpe de 64, a expulsão dos adversários, o fim dos programas sociais, a homofobia, o preconceito contra o eleitor nordestino, a guerra contra os agentes culturais, a luta contra corrupção (da esquerda), o direito de armas para o cidadão de bem, e o fim do regime comunista no Brasil. Assim nasceu o mito Jair Bolsonaro.
Do outro lado, venderam a mentira da extrema esquerda. O moderado (até demais) Fernando Haddad simplesmente virou um stalinista comedor de criancinhas. E o pior, dessa vez, não foi só a mídia quem fez questão de acusá-lo disso.
A máquina robusta de fakenews, gerenciada pelo Steve Bannon, criador do The Movement (uma organização de extrema-direita internacional), traçou o plano para demonizar o pacato professor. Haddad teria incentivado a homossexualidade nas creches de São Paulo, seria autor de um projeto para ensinar crianças de 6 anos sobre sexo nas escolas, e no último dia da campanha, virou até estuprador de criança. Toda essa disseminação de mentiras foi feita pelas redes sociais. Acobertada pelo anonimato, as fakenews passaram incólumes e com a nítida complacência do Superior Tribunal Eleitoral. Era o final do golpe de 2016, “com o Supremo, com tudo”, como previa o Jucá.
Venceu o anti-kitgay, o anti-PT, o anti-mamadeira erótica para crianças. Mas isso é passado.
O DESGOVERNO
Em apenas 7 meses de completo governo, o caos. O paraquedista do Planalto viu sua aprovação despencar em queda livre. Já é o presidente com a maior reprovação da história em início de mandato, perdendo até para Collor. Em pesquisa feita pelo Datafolha, 19% dos brasileiros não souberam citar uma boa ação do Governo Federal. Para 39% a resposta foi: nada.
Curiosamente, o projeto mais bem avaliado (com 8%) foi o decreto das armas, suspenso pela Comissão de Constituição Justiça e Cidadania da Câmara e aguardando a decisão do plenário do Senado.
Para piorar, a expectativa de crescimento do país caiu 19 vezes só esse ano, o desemprego chegou a 13 milhões, 5ª maior da série histórica. Um em cada quatro brasileiros está sendo subutilizado e quase 5 milhões de pessoas entraram em desalento. Esses dois últimos, recordes das séries históricas.
MINISTÉRIO DA INSANIDADE
O corpo ministerial de Bolsonaro é dividido em 3 grupos, bem definidos. Os lunáticos, como a Damares Alves que é contra o casal gay Bob Esponja-Patrick, o ex-ministro Velez da Educação e seu sucessor que fez vídeo “a la Dançando na Chuva” para falar da tragédia do incêndio do Museu. O do Meio Ambiente que não sabe quem foi Chico Mendes e é um condenado por vender licença ambiental. E o Chanceller terraplanista, olavista, crítico do globalismo e apaixonado por Trump.
O grupo dos militares só aparecem nas lives do presidente, que lembram os vídeos do Estado Islâmico. E o grupo corrupto clássico, com o investigado por fraudes no fundos de pensão, Paulo Guedes. O Onix Lorenzoni, réu confesso de ter feito Caixa 2 por duas vezes, mas que pediu desculpas ao Ministro da Justiça. E o Moro, desmascarado dia após dia pelo escândalo da #VazaJato, tão explorado na internet, mas tão blindado e minorado pela mídia tradicional.
CORTINAS DE FUMAÇA E AS MALDADES
Entre as loucuras do governo, as bobagens ditas e feitas pelo presidente, parecem uma cortina de fumaça para as maldades. A Reforma da Previdência aumentará, em média, 10 anos o tempo de trabalho e tirará 83% da sua economia, em cima dos que ganham 1 Salário Mínimo e os “ricos” que ganham em média R$ 2200,00. Sim, a proposta afirma isso sobre os ricos. A tentativa de censura prévia da ANCINE. A perseguição aos governadores do Nordeste. A submissão covarde ao governo dos EUA, como no caso do navio iraniano. O aumento dos agrotóxicos nos produtos agrícolas. O perdão da dívida dos grandes empresários, agricultores e igrejas. Os cortes na Educação e a cobrança de mensalidade nas universidades públicas. Os cortes na Saúde e o encerramento de fornecimento de remédios essenciais a vida de 30 milhões de brasileiros. Mas tem coisa boa. O presidente vai beneficiar o filho com o filé mignon da Embaixada em Washington. Afinal, ele fritou hamburger nos EUA em lanchonete que não sai hamburger.
Sem falar no Queiróz, Laranjas do PSL, nas propinas em cheques, nas explícitas ligações da família presidencial com milícias cariocas, no assassino da Marielle vizinho do Presidente, no Carluxo Pavão Misterioso propagando mentiras para tentar iludir os incautos, nas agressões aos jornalistas, à imprensa…
Vivemos uma dictabranda, como nomeou o General espanhol Dámaso Berenguer, na década de 30. O presidente não tem postura nem pra uma ditadura. Não assume nem o que diz, nem o que pensa, nem o que propõe e recua a cada dia, sem nenhuma convicção sobre nada, nem plano de governo. O Brasil está à deriva, caros amigos. E o pior, estar à deriva pode ser algo a ser comemorado pelos bolsonaristas, se o presidente deles tuitar que esse é o caminho certo.
Erick Ursal Brasil da Silva
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