O prefeito Marcelo Crivella demitiu o engenheiro civil e ex-secretário de Obras do governo Eduardo Paes, condenado em duas ações da Operação Lava Jato pelo juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio. Pinto ainda era servidor público do município do Rio. A exoneração foi divulgada no Diário Oficial do município de hoje (25).
No mesmo ato, Crivella demitiu também os engenheiros Eduardo Fagundes de Carvalho e Antônio Carlos Bezerra. Os dois servidores foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) de receber propina em obras da prefeitura no governo de Eduardo Paes.
Primeira condenação
Na primeira ação, em 15 de outubro de 2018, Alexandre Pinto, foi condenado a 23 anos, 5 meses e 10 dias de reclusão na Operação Mãos à Obra, desdobramento da Lava Jato no Rio. Pinto também terá de devolver a importância de R$ 804,9 mil obtidos de vantagens indevidas pedida aos representantes das empreiteiras Carioca Christiani Nielsen e Construtora OAS.
As duas construtoras eram participantes dos consórcios responsáveis pela execução das obras da Transcarioca e da recuperação ambiental da Bacia de Jacarepaguá e teriam pago propina de 1% do valor de cada uma das obras realizadas para as Olimpíadas Rio 2016. Alexandre Pinto foi secretário de Obras durante o governo Eduardo Paes, que não foi citado na sentença.
Esse dinheiro de propina foi usado por Alexandre Pinto para a compra de imóveis e salas comerciais, colocados em nome de sua família. Dois imóveis foram colocados em nome de seus filhos. Toda a culpa foi assumida por Alexandre Pinto, que excluiu a responsabilidade dos parentes e confirmou em depoimento à Justiça que agiu sozinho.
Outra pena
A outra condenação do ex-secretário de Obras, a uma pena de 22 anos e 11 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e participação em organização criminosa ocorreu no dia 10 de janeiro deste ano. A pena foi proferida pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, no âmbito da Operação Rio 40 Graus, que investigou pagamento de propinas por empreiteiras, deflagrada em 2017.
Na sentença, Bretas ressaltou que entre os agravantes estão o nível intelectual, profissional e sua posição no governo à época.
Agência Brasil