No Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto, oncologista destaca que os prejuízos causados pelo fumo à saúde são imediatos
Os fumantes têm 20 vezes mais chances de desenvolver câncer de pulmão. No ano passado, foram estimados 31 mil novos casos da doença sendo que 85% estão relacionados ao cigarro. No Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto, a oncologista Aknar Calabrich destaca que os prejuízos causados pelo fumo à saúde são imediatos.
“Os danos do cigarro para o organismo começam desde o primeiro consumo por inalação de substâncias nocivas como o peróxido de hidrogênio. Os riscos de neoplasias diversas como pulmão e bexiga, assim com doenças cardiovasculares, vão aumentando de acordo com a carga tabágica e tempo de exposição”, explica a oncologista Aknar Calabrich, que integra a equipe da Clínica AMO – Assistência Multidisciplinar em Oncologia.
A nicotina é uma droga bastante poderosa que pode causar dependência tanto quanto a cocaína ou heroína. Nas primeiras tragadas, o indivíduo pode sentir mal-estar, tontura e náuseas. Como é uma substância rapidamente absorvida e que age no sistema nervoso central, a sensação inicial de prazer é seguida da alteração do humor, gerando a dependência.
“Parando de fumar, já no dia seguinte começam a ser detectadas melhoras na frequencia cardíaca, pressão e sono. O risco de câncer, por exemplo, diminui a cada ano que a pessoa fica longe do cigarro, ficando bem menor entre oito e 10 anos depois, mas nunca será igual a quem nunca fumou e doenças já instaladas como o enfisema e arteriosclerose (placas de gordura nas artérias) não têm reversão”, pontua a médica.
Os tumores de pulmão podem ser curados principalmente se diagnosticados em estágios precoces. Em determinados casos, além da cirurgia, a radioterapia também permite eliminar a doença. Na ocorrência de metástase, ou seja, acometimento de outros órgãos além do pulmão, o tratamento visa o controle da doença e preservação da qualidade de vida.
“Os últimos 10 anos foram revolucionários no entendimento da biologia da doença e desenvolvimento de novas drogas. Além da quimioterapia, determinadas medicações orais conseguem agir diretamente no defeito genético do tumor impedindo o crescimento dessas células, são as chamadas terapia alvo”, conta Aknar Calabrich.
A oncologista acrescenta que outro grande marco foi a imunoterapia, uma medicação que consegue ativar o sistema imunológico para que ele combata o câncer. Em alguns casos, a sobrevida do paciente tem se mostrado prolongada, inclusive com desaparecimento por completo da doença.