Dados apurados no mês de agosto pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), com apoio da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), revelam que 68% dos brasileiros admitem não ter capacidade de lidar com imprevistos e somente 9% dizem que conseguem arcar com despesas que ultrapassam o orçamento.
O levantamento também mostrou que 60% dos brasileiros chegam ao fim do mês sem sobras de dinheiro, enquanto 29% conseguem, às vezes, fazer uma reserva e apenas 10% guardam sempre ou frequentemente uma quantia.
No último mês, o Indicador de Bem-Estar Financeiro registrou 48,9 pontos, uma pequena alta em comparação ao mês de julho, que havia marcado 48,0 pontos. O nível de bem-estar financeiro é medido em uma escala que varia entre zero a 100. Quanto mais próximo o valor registrado estiver de 100 significa alto grau de bem-estar, quanto mais perto de zero, menor o nível de satisfação.
“O avanço do indicador foi bem discreto, em linha com uma recuperação que segue muito lenta e com o desemprego que continua elevado e a renda pressionada”, comentou a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Administração do dinheiro
De acordo com a pesquisa, 61% reconhecem não aproveitar a vida por administrar mal o dinheiro. Acima de tudo, a grande dificuldade da população do Brasil continua sendo a preparação financeira para os anos seguintes. Entre os entrevistados, 57% não planejam ações que assegurem o futuro financeiro.
Melhor índice de bem-estar
Os brasileiros acima de 50 anos apresentam o melhor nível de bem-estar financeiro (50,1 pontos). Os jovens de (48,2 pontos) e os de meia idade (48,8 pontos) apresentam um nível médio menor.
Marcela Kawauti credita esses valores ao fato de que os mais velhos possuem menos preocupações com o futuro e com compromissos financeiros típicos.
Metodologia
O indicador baseia-se num modelo de score desenvolvido pelo Consumer Financial Protection Bureau, órgão americano de proteção ao consumidor. O modelo é traduzido para realidade brasileira por pesquisadores do Núcleo de Estudos Comportamentais da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
A análise é feita por entrevistas aplicadas periodicamente a uma amostra representativa dos brasileiros, com um questionário composto de dez questões.
R7