O físico e professor Vanderlei Bagnato, do grupo de pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), que criou o tratamento Foto Sônico, considerado inovador contra a fibromialgia, está desenvolvendo um aparelho portátil para ser utilizado em casa como coadjuvante no combate aos sintomas da doença.
“Algo que a pessoa possa levar para casa, o chamado home care. O tratamento Foto Sônico melhora o sintomas e esse outro aparelho vai complementar, fazer a manutenção e dar continuidade a esse bem-estar”, explica.
A ideia é que este aparelho tenha papel e resultado similar ao proporcionado por atividades como o pilates e a massagem contra os sintomas da doença, promovendo o relaxamento, segundo o pesquisador.
“Trata-se de um aparelho no qual a própria pessoa pode se massagear nos pontos que melhoram consideravelmente as suas condições”, afirma.
O aparelho ainda está em processo de desenvolvimento e não há previsão de lançamento.
O tratamento Foto Sônico continua sendo oferecido gratuitamente na Unidade de Terapia Fotodinâmica, na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, e por R$ 40 cada sessão em algumas clínicas da cidade de São Carlos, segundo o físico.
Ele afirma que o método, que é um programa de pesquisa, aguarda há quase um ano a análise do IPT (Instituto de pesquisas tecnológicas), vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, para ser encaminhado à Anvisa e, finalmente, amplamente divulgado e oferecido a clínicas de todo o país. “Atendemos de 70 a 100 pessoas por semana. A procura é grande”, afirma.
O tratamento Foto Sônico é realizado a partir de um equipamento, considerado pioneiro no mundo, que realiza a aplicação conjugada de ultrassom e laser terapêutico, de baixa intensidade.
A aplicação do ultrassom e do laser conjugados potencializa a ação anti-inflamatória de ambos os recursos, promovendo o equilíbrio no organismo e, por consequência, controlando a dor, de acordo com o físico.
O tratamento tradicional, que é a fisioterapia, é realizada nos locais da dor, chamados de pontos gatilho. Já o tratamento Foto Sônico é aplicado em toda a palma da mão, sendo apenas 3 minutos em cada uma, de três a quadro vezes por semana. São necessárias dez sessões.
Bagnato explica que pacientes com fibromialgia contêm um número maior de células sensoriais nas mãos do que as pessoas sem a doença. As palmas das mãos são utilizadas como porta de entrada para o tratamento.
“A ação luminosa em contato com o tecido celular produz ATP, que é energia. Como consequência, diminui a fadiga do paciente. Apesar da aplicação ser somente nas palmas das mãos, o efeito do tratamento é sistêmico, ou seja, atinge todo o corpo”, afirma.
Desde que foi criado, há cerca de um ano e meio, houve aprimoramento do método em relação ao número de sessões – antes eram duas por semana, agora são recomendadas de três a quatro. “Testamos vários protocolos e esse mostrou a melhor curva de eficiência. O tratamento oferece mais de 70% do alívio dos sintomas, melhora a qualidade de vida”, diz.
“Estamos estudando agora quando deve ser o segundo lote de aplicação, ou seja, depois de quanto tempo é preciso repetir o processo”, completa. Até o momento, observou-se que os efeitos duram pelo menos dois meses.
R7