Um tratamento utilizado frequentemente em pacientes que sofrem de osteoartrite, conhecida também como artrose ou artrite degenerativa, no quadril e no joelho, pode não ser tão eficiente quanto se imaginava.
Um estudo publicado nesta semana no Jornal da Sociedade Radiológica da América do Norte sugere que injeções de corticosteroides e analgésicos podem fazer mais mal do que bem.
Esse tipo de medicamento é injetado para reduzir a inflamação e aliviar a dor nos pacientes.
Mas as doses, afirma a pesquisa, têm potencial de acelerar a progressão da osteoartrite e resultar até mesmo, no longo prazo, na necessidade de cirurgia para substituir a articulação afetada.
“As injeções de SIGC [injeções intra-articulares de corticosteroides] são frequentemente realizadas para alívio da dor em pacientes com OA [osteoartrite] de joelho ou quadril. Relatórios e séries de casos recentes sugeriram que certas condições preexistentes (idade avançada, raça branca) podem aumentar o risco de um resultado conjunto negativo após a injeção do SIGC”, conclui o estudo, coordenado pelo médico Ali Guermazi, professor de radiologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Boston.
A equipe de Guermazi revisou a literatura médica sobre o tema e estudou 459 pacientes no Boston Medical Center. Desse total, 8% tiveram complicações após as injeções.
Entre os problemas relatados estão perda de cartilagem, fraturas por estresse, deterioração óssea e destruição das articulações, em um período de dois a 15 meses após receberem o medicamento.
O professor ressaltou, em entrevista à NBC News, que as injeções podem até aliviar a dor imediatamente, mas podem ser prejudiciais a longo prazo.
Entretanto, o médico admite a necessidade de estudos complementares para identificar de forma mais detalhada o custo x benefício desse tratamento para cada paciente.
Médicos norte-americanos destacam a importância de os pacientes saberem dos riscos e vantagens das injeções de corticosteroides para que tomem a decisão se fazem ou não o tratamento.
A oesteoartrite é uma doença crônica associada com lesões na cartilagem e tecidos circundantes e caracteriza-se por dor, rigidez e perda de função. É frequente em pessoas mais velhas, mas em algumas pessoas já se desenvolve a partir dos 40 anos, principalmente em mulheres.
R7