Foto: Valter Pontes / Secom
Uma multidão de cerca de 55 mil pessoas lotaram a Arena Fonte Nova, neste domingo (20), para acompanhar a primeira celebração no Brasil em homenagem à Irmã Dulce, após a canonização que a tornou Santa Dulce dos Pobres, ocorrida na semana passada, no Vaticano. Acompanhado pelas filhas Lívia e Marcela e pelos pais, Rosário e Antônio Carlos Magalhães Júnior, o prefeito ACM Neto esteve presente na celebração, que reuniu apresentações musicais e teatrais, além de símbolos religiosos, e salientou a emoção em ver o reconhecimento das ações do Anjo Bom da Bahia e primeira santa nascida no Brasil.
“Tenho muito orgulho de ser prefeito de Salvador em um momento como esse. É algo que toca profundamente meu coração. Tenho certeza que essa primeira missa em homenagem à Santa Dulce entra para a história de Salvador e reforça ainda mais a importância da religiosidade e da fé do povo baiano”, declarou ACM Neto.
Ele ainda lembrou que a canonização da santa baiana trará ainda mais frutos para a cidade, a exemplo do impulsionamento do turismo religioso. “Com toda a requalificação que foi feita no Bonfim e no santuário de Irmã Dulce, além da consolidação do Caminho da Fé, com Dendezeiros em obra a ser entregue no começo de janeiro, a ideia é que a cidade possa receber ainda mais um número maior de turistas, romeiros, peregrinos, pessoas que virão para Salvador para conhecer mais de perto a nossa Santa Dulce. Portanto, há aí um elemento importante e que a Prefeitura pretende estreitar ainda mais esse trabalho com a própria igreja, pra que essa estratégia seja forte e que nos traga resultados também”, completou o prefeito.
Também presente na cerimônia, o vice-prefeito Bruno Reis, acompanhado da esposa, ressaltou que é mais do que merecido o reconhecimento à Santa Dulce. “Que, a partir disso, seus exemplos se multipliquem pela Bahia, pelo Brasil e pelo mundo, e que sirvam para estimular a muitos e muitas Irmã Dulce, ajudando o trabalho social que é importante em um país onde as pessoas precisam muito de amparo social”, afirmou.
Legado de amor ao próximo – A celebração eucarística foi ministrada pelo arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, que exaltou o exemplo deixado por Santa Dulce aos cidadãos. “Isso é o que toca mais de perto: saber que ela deixou uma obra viva, onde cada pessoa é uma pedrinha nesse mosaico de amor e que forma o rosto de Jesus Cristo. Sentimo-nos responsáveis por trabalhar para que esse espírito que Irmã Dulce captou em Jesus, essa capacidade de doar-se aos outros, seja também vivida e assumida por nós. Essa é uma mensagem de amor.”
“Só tenho a agradecer a todos, ao povo da Bahia e do Brasil, que acreditam nessa obra de levar adiante a missão de amar e servir. Agora não é só a fila do ambulatório: a gente também tem que acolher bem e com amor as pessoas que chegam pra conhecer a história de Irmã Dulce, seu memorial, seu santuário, pra tocar um pouquinho em Irmã Dulce, agora Santa Dulce dos Pobres”, disse a superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) e sobrinha da religiosa, Maria Rita Lopes Pontes.
Um dos miraculados, o maestro José Maurício Moreira, 50 anos, que passou 14 anos cego e só voltou a enxergar após pedir intercessão de Irmã Dulce, era só emoção na celebração. “O presente é de todos nós, que convivemos com Irmã Dulce, que viu Irmã Dulce atravessar as ruas de Salvador com toda a dificuldade e saúde precária, pedindo esmola e doações em lojas e casas para as obras sociais, nunca era para ela. Pra nós, hoje, saber que ela foi canonizada é uma glória, um reconhecimento de uma serva de Deus, talvez a maior serva de Deus que já pisou na terra depois de Jesus Cristo. Então, pra mim é gratificante demais estar aqui, além de voltar a enxergar. Ela está fazendo no céu o que fazia aqui, que é ajudar o próximo. É só pedir que ela atende”, exaltou.