Elenco derruba Mano e Mattos por sonegar o que era capaz de fazer

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Na entrevista coletiva em que anunciou a demissão do técnico Mano Menezes e do diretor de futebol Alexandre Mattos, o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, falou em “falta de amor e dedicação à camisa de vários jogadores do elenco”.

Ao ser perguntado sobre os nomes, Galiotte disse: “vocês saberão daqui a pouco, nas dispensas e no nosso planejamento para o ano que vem”. Agora, vai atrás de Sampaoli, até para evitar que ele vá para o Racing, da Argentina, com quem mantém negociações firmes, ou, acima de tudo, caia nos braços do Flamengo caso Jorge Jesus saia.

A reclamação do presidente é o sinal mais claro de um fato que ficou explícito e cristalizado na partida contra o Flamengo neste domingo (1º): os jogadores do Palmeiras derrubaram Mano Menezes.

Não porque tenham feito complô ou grupinho para boicotar o treinador. Não fizeram, absolutamente. Mas sim porque exibiram, sobretudo nos últimos cinco jogos, apatia e falta de motivação inexplicáveis e, sobretudo, imperdoáveis para um elenco tão (hiper?)valorizado, bem remunerado e apoiado por uma torcida apaixonada como a do Palmeiras.

Mano treinou o Alviverde por 18 rodadas no Brasileirão 2019, da 18ª à 35ª.

No início, a exemplo do final da última passagem de Felipão pelo clube, o futebol vistoso continuou longe das atuações palmeirenses, mas, ao menos no quesito específico da dedicação em campo, a equipe até que iniciou bem o casamento com o treinador.

Venceu o Goiás no Serra Dourada, em Goiânia, com dificuldade, por 2 a 1, bateu em seguida o Cruzeiro, em casa, e o Fortaleza, no Castelão, ambos por 1 a 0, e goleou o CSA por 6 a 2 em São Paulo. Quatro vitórias seguidas, que fizeram muitos, a começar pelos palmeirenses, acreditarem ser possível alcançar o Flamengo no campeonato.

A coisa voltou a andar devagar com os empates contra Internacional e Atlético-MG. E, acima de tudo, a derrota por 2 a 0 para o eficiente Santos do argentino Jorge Sampaoli.

A perda de pontos e o consequente aumento da distância para o líder Flamengo abalaram parte do ânimo do elenco palmeirense.

A desilusão ficou explícita nos últimos jogos antes deste domingo (1º), com os empates contra Corinthians e Bahia e as derrotas para o Grêmio (que garantiu o título brasileiro ao Flamengo) e o Fluminense. Em comum, a clara sensação deixada pela equipe de que não encontrava mais uma motivação ou causa relevante para fazer um esforço a mais e se superar no coletivo.

A situação chegou ao auge e à sua forma mais explícita nesta derrota para o Flamengo, mesmo depois da pilha completamente desproporcional, e até inconsequente, gerada por Mano Menezes e a omissão dos cartolas do Palmeiras, no trabalho equivocado de incorporar à partida um valor que, pela ‘destruição’ do campeonato promovida pelo Flamengo, ela não tinha mais.

É verdade que o Palmeiras fez um gol, se esforçou a partir dos 30 minutos do segundo tempo e fez seu gol aos 30 da etapa final.

Mas antes disso, na primeira hora de jogo, mostrou um futebol desnutrido e pálido, que facilitou demais as ações do Flamengo, autor de três gols em absoluto ritmo de treino.

O primeiro em uma bobeada de marcação da zaga palmeirense no início do jogo. O segundo, um golaço, com um toque magistral de Arrascaeta para Gabigol. E o terceiro, em outra falha clamorosa da zaga, numa bola recuperada por Gerson, que sobrou no pé esquerdo de Gabigol e, dele, para o ângulo direito do goleiro Jailson.

O hipervalorizado, super elogiado e mal avaliado elenco do Palmeiras derrubou o técnico Mano Menezes.

Não por intenção, forma objetiva ou intenção.

Mas por não ter feito o que tinha, e ainda hoje tem, plenas condições de fazer

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