Situação comum para algumas mulheres foi retratada na novela “Amor de Mãe”, da Rede Globo, nesta semana. Ginecologistas da Clínica EMEG explicam como alterações físicas, hormonais e emocionais afetam a vida da mulher nesse período
A chegada de um filho traz inúmeras transformações para a vida da mulher, inclusive, no âmbito da sexualidade. Além de interferir nas prioridades da mãe, no período pós-parto, muitas mulheres perdem a libido, uma situação comum que foi retratada na novela “Amor de Mãe”, da Rede Globo. No capítulo, a personagem Verena, interpretada pela atriz Maria Andrade, se desentendeu com o marido por não sentir vontade de transar semanas após o nascimento do filho. As médicas ginecologistas e sócias de EMEG Ana Cristina Batalha, Cristina Sá e Ticiana Cabral explicam que a perda de libido é completamente normal, tanto para cesária como para parto normal, e vem acompanhada de diversas alterações fisiológicas, hormonais e psicológicas para a mulher.
“No período de seis semanas após o parto, também chamado de puerpério, é comum aparecerem algumas manifestações clínicas que geralmente refletem o retorno das modificações fisiológicas que ocorreram na gestação”, explica Cristina Sá. “O útero começa a voltar ao seu tamanho anterior; ocorre o processo de cicatrização, em caso de cesárea, e as próprias alterações hormonais características da fase. Essas alterações são leves, temporárias e fazem parte do processo, por isso, não devem ser confundidas com doenças ou anomalias”.
Nesse intervalo de 42 dias após o parto, a indicação médica é de que as mulheres evitem as relações sexuais. “O resguardo é uma pausa necessária para a recuperação feminina. Nesse meio tempo, podem ocorrer sangramentos e modificações da musculatura e da mucosa do canal vaginal, o que interfere no sexo. Desrespeitar esse período propicia o sangramento e aumentam os riscos de infecção”, destaca Ticiana Cabral.
Além das questões fisiológicas, também existe o fator emocional. “A chegada da criança traz novas responsabilidades para os pais e, junto com a amamentação, gera muitas preocupações para as mães, fazendo com que elas mudem suas prioridades. Por isso, a compreensão do marido é fundamental no processo. A vida sexual deve ser retomada de forma prazerosa e gradual, sem pressão e respeitando o próprio tempo da mãe”, salienta Ana Cristina Batalha.
Procedimentos ginecológicos
Para além das transformações naturais do puerpério, outras alterações podem incomodar as mães e a longo prazo, podem até interferir na autoestima. “Entre as principais queixas no pós-parto estão a secura vaginal, flacidez, hiperpigmentação em algumas regiões e estrias na barriga e nos seios”, comenta Ticiana Cabral. Para acabar com esses desconfortos, os procedimentos ginecológicos estéticos e regenerativos vêm para restaurar o equilíbrio feminino, melhorar a saúde e o bem-estar íntimo e elevar a autoestima.
“Atualmente, existem tratamentos mais modernos para recuperar essa sensação de alargamento e flacidez vaginal que as mulheres sentem após o parto. Apesar de muitas pessoas acreditarem que isso só acontece no parto normal, muitas vezes independe da via de parto da paciente”, revela Cristina Sá. Já para problemas como atrofia, falta de lubrificação e incontinência urinária, o laser genital é muito indicado. “Trata-se de um procedimento não medicamentoso que estimula a proliferação da mucosa, ou seja, ajuda a regular o pH vaginal, restaurando a flora, aumentando a lubrificação e a vascularização da vagina. Ele ainda estimula a produção de colágeno, o que deixa a pele mais hidratada, rejuvenescida e saudável e pode trazer maior conforto na relação sexual”, finaliza Ana Cristina Batalha.