Montagem é baseada na obra filosófica Bhagavad Gita
Com direção e texto de João Falcão, o espetáculo Que Deus Sou Eu conta o fabuloso encontro entre Krishna e Arjuna no campo de batalha. Livremente inspirada no Bhagavad Gita, a peça está em cartaz no Teatro Sesc Casa do Comércio, sempre aos sábados, às 20 horas, até dia 01 de fevereiro. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ou no site do Ingresso Rápido.
Para dar vida ao príncipe guerreiro atormentado e à personificação do Criador supremo, Falcão convidou dois dos mais talentosos atores da nova geração, Daniel Farias (Arjuna) e Leandro Villa (Krishna). A dupla integrou o elenco do Sonho de uma Noite de Verão na Bahia, musical de Falcão que arrebatou o público soteropolitano.
Que Deus Sou Eu reflete sobre autoconhecimento, dilema moral e o medo de seguir em frente devido as incertezas impostas pela vida. Minutos antes de iniciar uma guerra, Arjuna contempla o front, vê o exército adversário formado por membros da sua família, amigos e conhecidos, e deseja não mais lutar. Diante da crise, o guerreiro é iluminado diretamente pelo seu mestre e amigo Krishna, que o questiona sobre os motivos do seu desânimo, reflete sobre as consequências da não ação e o lembra da sua missão no mundo.
Durante milênios, o impasse de Arjuna “fugir ou ir à luta” é o mesmo vivido por cada ser humano que já existiu, que existe ou ainda vai nascer. De acordo com Falcão, a decisão de encenar Que Deus Sou Eu se deu pois, na percepção dele, o número de pessoas passando por esse momento de forma angustiante só faz aumentar e rapidamente. “O Bhagavad Gita tem funcionado por tanto tempo porque é capaz de devolver o ímpeto e a capacidade de acreditar que as coisas podem ser revertidas, apesar de muitas vezes parecer que tem um exército lutando contra”, afirma Falcão. Assim como a escritura mística, o espetáculo também reflete sobre como as pessoas aceitam as dádivas e as adversidades. “O livro diz que o sábio pleno é o mesmo na glória e no fracasso”, explica o diretor.
Que Deus Sou Eu é uma versão do espetáculo Dhrama, escrito e encenado pelo próprio Falcão, protagonizado por Alinne Moraes (Krishna) e Osvaldo Mil (Arjuna), há 13 anos, no Rio Janeiro. A segunda montagem do texto, traduzida em inglês, foi realizada em Nova York no circuito off Broadway pelo diretor Luca Bianchi, em 2014. A crítica do site New York Theatre Review afirmou que “A adaptação de João Falcão combina linguagem contemporânea com versos antigos para estabelecer elos humorísticos e importantes entre o passado e o presente”. De acordo com o diretor e autor, a peça Dhrama foi reescrita e atualizada sob uma nova perspectiva e, por isso, ele decidiu alterar o título.
Sobre o diretor:
Com quase quatro décadas de carreira, 46 peças e muitos prêmios, João Falcão é uma referência do Teatro Nacional. Apesar de estar morando apenas acerca de um ano em Salvador, a relação dele com a cidade vem de longa data, no final da década de 1990, dirigiu a peça infanto-juvenil A Ver Estrelas, com elenco local na reinauguração do Espaço X (atual Xisto) e sempre fez questão de inserir a capital baiana nas turnês de seus espetáculos. É também dele a encenação da peça A Máquina, que projetou nacionalmente Wagner Moura, Vladimir Brichta e Lázaro Ramos. No final de 2018, ele deu início a primeira edição do projeto Fábrica de Musicais que resultou no espetáculo Sonho de uma Noite de Verão na Bahia, exibido durante duas temporadas exitosas, no Teatro Gregório de Mattos, no ano passado.
Conhecido do grande público pelos trabalhos dirigidos na Rede Globo (A Comédia da Vida Privada/ Sexo Frágil/ Clandestinos); no cinema, pela corroteirização dos filmes O Auto da Compadecida, O Coronel e o Lobisomem e A Dona da História; e no teatro, pelo sucessos Ensina-me a Viver, Gonzagão – a Lenda e Gabriela – Um Musical, Falcão iniciou a carreira artística nos palcos como ator e músico, em Recife, sua cidade natal, com Morte e Vida Severina, em 1980. Aos 22 anos, fez um rebuliço na capital pernambucana com o musical Muito Pelo Contrário – sua estreia como diretor, escritor e compositor de uma mesma montagem. Seus principais trabalhos no teatro são: A Ver Estrelas, Mamãe Não Pode Saber, O Burguês Ridículo (Prêmio Sharp de Melhor Espetáculo), A Dona da História (com Marieta Severo e Andréa Beltrão), Uma Noite na Lua (com Marco Nanini, prêmios Shell e Sharp por texto e direção), Quem Tem Medo de Virgínia Woolf, Ensina-me a Viver (Com Glória Menezes), Dhrama, Clandestinos (prêmio APTR de melhor texto e o Qualidade Brasil de melhor direção teatral de comédia), Gonzagão – A Lenda (Prêmio Shell de Música; Prêmio Qualidade Brasil de Melhor Espetáculo; e Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Musical Brasileiro, direção, figurino e direção musical, dentre outros), Ópera do Malandro e Gabriela – Um Musical (diversos prêmios, dentre eles: APCA de Diretor e Bibi Ferreira de Melhor Musical Brasileiro). Ele já teve peças traduzidas para o inglês, francês, espanhol, alemão e hebraico.
Sobre os atores:
Artista plural, Daniel Farias se divide entre o palco, a tela, a música e as letras. No teatro, destaque para as peças baianas Castelo da Torre e Labirintos (do grupo Vilavox) Teatro La Independência (de Luís Alonso) e Compadre de Ogum (de Edvard Passos) e também as produções paulistas Hotel Jasmim (direção de Denise Weinberg e Alexandre Tenório), A Última Palavra é a Penúltima 2.0 (Teatro da Vertigem) e Relampião (Cia. do Miolo). No cinema, participou dos filmes Receba (dirigido por Rodrigo Luna e Pedro Perazzo), em fase de finalização, e A finada mãe da madame (de Bernard Attal). Farias tem também dois livros lançados: Backup – 30 poemas aos trinta e O tempo da coisa. Na música, é compositor e letrista, e tem parcerias com Filipe Lorenzo, Ricardo Caian, Pietro Leal, Kalu, Talis Castro, JP Castelheano e Chico Gomes.
Bacharel em Interpretação pela Universidade Federal da Bahia, Leandro Villa tem mais 15 anos de carreira e experiência no teatro, televisão, cinema, rádio, Internet e games. Em cada uma dessas linguagens, seus trabalhos de maior destaque são: os filmes Fim de festa (de Hilton Lacerda), Receba, A finada mãe da madame e Os homens são de Marte… e é pra lá que eu vou (Marcus Baldini), a série da HBO Destino Salvador, o live game ES:CA:PE, os espetáculos teatrais Compadre de Ogum e Labirintos – pelos quais, foi indicado ao Prêmio Braskem de Teatro na categoria Revelação. Ele também apresentou o programa do Festival de Verão em 2017 e 2018 e ainda é cofundador da “Era game studio”, criador do primeiro jogo ao vivo do mundo, no qual atores são controlados pela plateia através de dispositivos digitais.
Que Deus Sou Eu, texto e direção de João Falcão.
Local: Teatro Sesc Casa do Comércio
Quando: 11/01 a 01/02/20 (apenas quatro apresentações, sempre aos sábados), às 20h.
Ingressos: R$ 50 (inteira); R$ 25 (meia-entrada) mediante apresentação de documento oficial com foto.
Vendas: www.ingressorapido.com.br e bilheteria do teatro, que funciona de terça a quinta (13h às 20h30); de sexta a domingo (13h ao início do espetáculo).
Telefone: (71) 3273-8543/8565
Classificação indicativa: livre
Capacidade: 546 lugares (acesso para pessoas com deficiência e assentos especiais)
Redes sociais: @quedeussoueuteatro
Realização: MaquinaMaquina Produções Artísticas e Carambola Produções