Ateliê Museu do artista expõe obras autorais reconhecidas internacionalmente.
A zona rural de Catu, a 80km de Salvador, no Recôncavo Baiano, abriga entre a natureza pacífica do local um “santuário” repleto de obras de arte, que já surpreende os visitantes com seu cartão de visitas, um jipe de pedra renascido da natureza do tamanho de um carro real. Passando pela curiosa entrada, quem adentra os fundos da casa se depara com mais surpresas, com esculturas grandiosas e telas que deleitam os olhares dos visitantes, todas reunidas no Ateliê Museu Ed Ribeiro.
O Ateliê de Edmilton da Cruz Ribeiro, ou popularmente conhecido pelo seu nome artístico Ed Ribeiro, de 67 anos, surgiu em 2010 após seu retorno de Paris, onde conheceu e passou admirar o mundo das artes. Desde então, Ed, ou Pintor dos Orixás, como também é conhecido, montou seu ateliê, abandonou o mundo dos negócios e passou a ter um contato direto com a pintura, sob influência da natureza, passando seus primeiros anos como artista de pincéis e espátulas.
Passados 10 anos, Ed Ribeiro, agora curador, artista plástico e escultor, ou seja, aquele que enxerga onde ninguém vê, encanta o mundo com seu estilo de arte própria intitulada de “Derramador de tinta”, reconhecida nacionalmente e internacionalmente. O artista é laureado pela Acadèmique Des Arts Sciences Et Lettres de Paris, com a Medaille d’Argent (prata), e conta também com premiações como o Berimbau de Ouro em 2015, e a medalha de ouro pela Sociedade Brasileira de Belas Artes, em 2009.
Ed Ribeiro, figura popular na Bahia antes mesmo de se tornar artista, administrava na região do Canela, o Point do Acarajé, popular estabelecimento de comidas típicas da Bahia. Apesar de todo sucesso, sua carreira aos 52 anos tomou rumos diferentes, distanciando-se do mundo dos negócios e voltando para o local onde nasceu, firmando raízes artísticas em sua terra natal.
Sua técnica intitulada “Derramamento de tinta”, é especulada como uma das grandes inovações do mundo da arte, sendo citado por estudiosos como o terceiro inovador do século 19 ao 21 no mundo da arte, estando entre grandes nomes como Jackson Pollock e Pablo Picasso. A técnica, única pelas mãos de Ed Ribeiro, consiste no derramamento de tinta e movimentação da tela para criar as formas, com temáticas voltadas em 90% para os panteões da cultura afro.
Com obras de destaque internacional, Ed Ribeiro e seu ateliê recebem visitantes baianos, brasileiros e de outros países, como estadunidenses e suíços. As atrações do espaço consistem em materiais descartados transformados e renascidos em obras de arte, como arvores queimadas, além da exposição de suas reconhecidas telas.
Entre as produções a ocupar o espaço, destaca-se o “Dinossauro” de 10 metros de comprimento; “A Grande Batalha”, representando a batalha dos orixás; “A Lagoa de Dois Corações”; o “Mijão”, todas disponíveis para visitação gratuita, além das telas como “Xangô”, “São Jorge”, e “Iansã”.
“Meu ateliê é meu santuário, minha conexão direto com os orixás, onde eu entro em contato com essas energias, onde me dá a inspiração necessária para criar essas obras”, explica Ed.
Planejando duas grandes exposições para o ano de 2020, o Pintor dos Orixás planeja levar a mitologia africana para os palcos da Grécia, conectando os panteões gregos aos africanos. Além desse projeto, o artista plástico também conta com uma exposição na França, ainda não datada.
O Ateliê Museu Ed Ribeiro está disponível todos os dias para visitação, mediante agendamento através do contato (71) 99957–5439.