Moradores da comunidade da Gameleira, que fica no município de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, fazem um protesto, nesta quarta-feira (22), contra uma série de crimes que ocorreram na semana passada, que terminou com um homem morto e duas mulheres estupradas.
A manifestação é feita nas proximidades da Rua Direta da Gameleira, no Parque das Mangueiras, onde os crimes ocorreram. O ato é pacífico, mas deixa o trânsito lento na região.
Além dos moradores e comerciantes da localidade, familiares e amigos também participam do protesto. Muitas pessoas usaram cartazes para pedir segurança. Em um deles estava escrito: “Queremos paz e justiça”.
A manifestação ocorre cinco dias após o caso, que ocorreu na madrugada de sexta-feira (17). Na terça-feira (21), uma das jovens estuprada afirmou que está com medo de voltar para casa.
“Fui abusada por três homens que se passaram por policias. Foi por volta de 4h da manhã. Eu não quero mais voltar para Ilha. Minha vida acabou. Depois, eles arrombaram outras casas também. Foram umas cinco casas”, disse a mulher.
A vítima contou que tudo começou quando eles estavam dormindo na sala da casa onde ela morava. Os criminosos chegaram se passando por policiais e à procura de um homem que eles não conheciam.
“Entraram dizendo que eram policiais. Eles procuravam por um traficante. A gente estava na sala dormindo. A gente tinha chegado da festa. A gente não viu quando eles chegaram. Eles arrombaram o portão”, contou.
A jovem disse ainda que Adriano dos Santos, o homem que foi morto e que era namorado dela, foi retirado de dentro de casa e, mesmo pedindo para não ser morto, foi baleado pelos criminosos. Ele tinha 24 anos.
“Tiraram Adriano de casa e colocaram na rua. Ele trabalhava como mototaxista. Ele era bem conhecido na iIha. Um menino bom e trabalhador. Motivo para o crime não teve nenhum. Eles mataram porque eles quiseram. Ele [Adriano] pediu tanto, chorou tanto, pediu tanto para não morrer. Eles estavam atrás de um outro rapaz. Eles chegaram procurando por um outro homem. Começaram a mexer dentro de casa, roubaram tudo, mexeram em tudo”, pontuou.
“Eles pegaram meu celular e o de minha filha. Tomaram água da minha geladeira. Eu peguei, me sentei, e disse que estava passando mal. Quando olhei, ele tinha levado minha caçula para o quarto. Eu vi eles fazendo sinal obsceno nela. Muita coisa. E mandaram eu descer da parte de cima da casa. Eu peguei desci e eles ficaram abusando de minha filha. Um atrás do outro. Um subia e o outro descia. Minha filha foi abusada por mais de três”, afirmou.
Para ela, a família foi confundida com outras pessoas, já que a filha tem o mesmo nome de uma outra mulher.
“Eles falaram assim: levanta, levanta, é polícia. Falaram que a pessoa [que eles estavam procurando] morava perto da casa de minha filha. Como tem duas, eles vieram aqui. E, quando chegaram na casa de minha filha, eles perguntavam pelo dinheiro”, pontuou.
Antes de entrar na casa da família, a mãe da jovem estuprada contou ainda que os criminosos abordaram outras famílias, quando conseguiram estuprar uma outra garota.
“Eles vieram fazendo arrastão desde outras casas. Só não mataram um rapaz lá porque uma mulher se jogou em cima. Mas eles abusaram dessa menina também. Teve outra menina também que eles tiraram a roupa”, acrescentou.
O caso é investigado pela Polícia Civil.
G1