O Indicador de Confiança do Empresariado Baiano (ICEB), índice que avalia as expectativas do setor produtivo do estado, calculado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), apresentou, em março, um quadro de menor confiança comparativamente ao observado no mês anterior. Com o retrocesso recente, o otimismo cedeu lugar ao pessimismo no meio empresarial baiano.
Numa escala que pode variar de -1.000 a 1.000 pontos, o ICEB marcou -95 pontos, queda de 150 pontos em relação ao registrado em fevereiro (55 pontos) e de 73 pontos num comparativo com o de um ano antes (-22 pontos). O ICEB se revelou negativo após três meses com pontuação acima de zero. No ano, há uma queda acumulada de 164 pontos. Em março, a confiança do empresariado local retornou para a zona de Pessimismo Moderado.
Para Luiz Fernando Lobo, técnico de Pesquisas Sociais da SEI, “O cenário de crise sanitária, com feições cada vez mais econômicas e sociais, derivado da propagação do Coronavírus pelo território brasileiro – a despeito dos esforços locais de contenção –, vem se configurando num potente amplificador de incertezas. Assim, reforçado por uma realidade econômica que ainda se mostrava carente de um dinamismo vigoroso, a retração recente da confiança no meio empresarial baiano se mostra amplamente justificada” .
A piora observada no nível de confiança evidenciou o declínio nos indicadores de todas as quatro atividades, tanto em comparação a fevereiro quanto a março do ano antecedente. A menor queda mensal ocorreu no Comércio, enquanto a maior ocorreu no setor de Serviços. Em um ano, o setor agropecuário exibiu o menor retrocesso da confiança e a Indústria, o maior.
Ao fim, em março, a Agropecuária marcou 160 pontos; o Comércio, 23 pontos; a Indústria, -49 pontos; e os Serviços, -180 pontos. O pessimismo, portanto, prevaleceu em dois dos setores. O segmento agropecuário registrou o maior nível pela 15ª vez consecutiva. A atividade de Serviços, por sua vez, exibiu o menor patamar de confiança entre os setores pelo oitavo mês seguido.
Do conjunto de itens avaliados, inflação, capacidade produtiva e vendas foram aqueles com as melhores expectativas do empresariado baiano. Em contrapartida, crédito, PIB estadual e câmbio apresentaram os indicadores de confiança em pior situação no mês.